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Polo da indústria vinícola na Serra gaúcha, Bento Gonçalves foi o município escolhido para receber, uma última vez, as atividades do Rumos da Arquitetura e Urbanismo. Daqui, o evento segue para Caxias do Sul, onde será realizada a plenária temática sobre moradia e habitação.
Após o começo em Lajeado, a 5ª – e última – edição do Rumos aterrissou em Bento Gonçalves para uma versão diferente da Caminhada do Patrimônio. A chuva interrompeu a possibilidade do público sair à rua, mas não impediu que o conhecimento fosse disseminado. Por meio de um telão, os presentes fizeram um tour virtual pelos pontos mencionados no roteiro guiado.
À noite, o ponto de encontro foi na Fundação Casa das Artes, centro de atividades culturais do município. Antes da palestra especial, a vice-presidente do CAU/RS, Andréa Ilha, recebeu um presente especial das mãos do secretário da cultura, Evandro Soares. O livro “Laços Patrimoniais – construindo um inventário colaborativo de Bento Gonçalves” é uma publicação construída a muitas mãos e que conta a história do município.
Para a palestra especial, a mesa de abertura contou com a presença da coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da UCS – Campus Bento Gonçalves, Margit Arnold Fensterseifer; a presidente do IAB RS – Núcleo Bento Gonçalves, Patrícia Pasini; o presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos da Região dos Vinhedos (AEARV); Marcelo Rodrigo Ticiani e a conselheira e representante do CAU/RS no Conselho Municipal de Planejamento de Bento Gonçalves, Karina Guidolin.
Karina e Andréa Ilha foram as mediadoras da palestra especial que teve como convidado Henrique Rocha, do escritório Santini & Rocha Arquitetos. Com 30 anos de história e inúmeros prêmios de arquitetura, o Santini & Rocha Arquitetos é um escritório reconhecido pelo uso de tecnologias avançadas e pelo gerenciamento de projetos e fiscalizações que se revertem em atualidade e funcionalidade nas obras.
Em sua apresentação, Henrique Rocha compartilhou seu conhecimento como desenhista, professor e presidente de entidades da categoria de arquitetos e urbanistas por meio de projetos reconhecidos nacionalmente, como prédios de inúmeras faculdades da PUCRS, o Centro Clínico e também o Centro Poliesportivo da PUC, para citar alguns.
Obras e inteligência artificial
Ao analisar criticamente algumas das obras realizadas em conjunto com o sócio Cícero Santini, verificando o que teria feito diferente hoje, Henrique foi enfático: “só erra quem faz”. O arquiteto também questionou a ausência de profissionais de Arquitetura nas obras e enfatizou a importância do conhecimento adquirido por meio da gestão de projetos. “É necessário perder a noção de que arquiteto é projetista; projeto é um meio para fazer, e arquitetura só é arquitetura com a obra pronta. Lúcio Costa já diria que ‘arquitetura, antes de mais nada, é construção. Então por que arquitetos não constroem?”, perguntou ao público presente.
Antes de encerrar, Henrique Rocha falou sobre inteligência artificial e a velocidade com que as mudanças em todos os cenários têm ocorrido. Afirmou ser necessário saber usar a tecnologia a favor, mas não acredita na chance de a I.A. “criar arte”. Recomendou aos estudantes presentes que não tenham pressa em se formar, que busquem o conhecimento contínuo como forma de ingressarem mais maduros no mercado. “É importante se manter aberto e não limitar o campo de atuação. Temos que ouvir, discutir e ver que caminhos vamos tomar”, concluiu.
O dia seguinte contemplou as oficinas de Software Livre, Gestão de Projetos e Estruturas para Arquitetos, com os arquitetos e urbanistas Allan Brito, Géssica Somavilla e Estevan Barin, respectivamente. As atividades foram realizadas na Sala Multiuso da Casa das Artes.
Confira a galeria de fotos
Fotos: Isaías Carvalho/ALLMAKER