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A mais recente Reunião Plenária do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS), a edição de número 147, teve três momentos importantes, dedicados ao tema da preservação de acervo e patrimônio. Após o cumprimento da pauta do dia no turno da manhã, a tarde foi reservada para um momento solene: a assinatura do termo de cessão, em forma de comodato, do acervo da Ceasa/RS para o Centro de Memória do CAU/RS.
O material físico permanece como propriedade da Ceasa, mas no CAU/RS receberá o tratamento adequado para sua preservação. O conjunto documental se refere às principais edificações do projeto original de 1970, de autoria dos arquitetos Carlos Maximiliano Fayet, Cláudio Luiz Araújo e Carlos Eduardo Comas.
“O projeto do CAU/RS, de atenção e tratamento dos acervos, é referência nacional. A criação do Centro de Memória responde a uma demanda fundamental da profissão que é a manutenção e promoção da história da arquitetura dos profissionais do estado”, afirma o presidente do CAU/RS, Tiago Holzmann da Silva.
Segundo o presidente da Ceasa/RS, Carlos Siegle de Souza, a ideia é que, após a formatação digital, o material integre exposição itinerante alusiva aos 50 anos da Central, que serão comemorados em março de 2024. “Além de preservá-las, vamos disponibilizar essas informações para a população”, anunciou. Ele lembrou, também, que a administração trabalha na captação de recursos, na ordem de R$ 30 milhões, para fazer os restauros necessários nos pavilhões. Conta, para isso, com a colaboração técnica de arquitetos e conselheiros do CAU/RS.
Acesse o site do Centro de Memória
Por trás e sobre acervos de Arquitetura e Urbanismo
A assinatura foi seguida por uma apresentação do Centro de Memória do CAU/RS, desde sua concepção até os arquivos que já estão sendo tratados e organizados pela equipe responsável no Conselho. Por fim, o arquiteto e urbanista Hugo Segawa, de São Paulo, realizou a apresentação “Por trás e sobre acervos de Arquitetura e Urbanismo”. Reunindo fotos icônicas que fazem parte da Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da USP, como o Viaduto do Chá (SP), ele falou sobre a importância da contribuição de pesquisadores para manter histórias vivas. Hugo também apresentou cases como o Centro de Manutenção do Metrô do Rio de Janeiro, o da própria Ceasa/RS, além da Cooperativa Cotrijuí, cujo projeto contou com nomes como o do arquiteto e urbanista Clovis Ilgenfritz da Silva (in memoriam). Ele criticou a falta de cuidado como um ponto que, eventualmente, faz com que muitas obras não tenham seus autores conhecidos. “O Centro de Memória do CAU/RS é parte de um processo mais sistemático de tentar localizar de forma mais direta essas obras, para que isso não aconteça mais”, elogiou. “A presença do prof. Hugo Segawa e seu depoimento chancelando e elogiando a iniciativa e seus primeiros resultados reforça a condição do CAU/RS como pioneiro nacional nas políticas de promoção da profissão”, acrescentou Tiago Holzmann da Silva.
Após a apresentação, os convidados participaram de um debate sobre acervo, história e patrimônio na Arquitetura e Urbanismo.