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O Rumos 2024 já é um sucesso! Ao longo de dois dias, profissionais, estudantes e curiosos da Arquitetura e Urbanismo estiveram reunidos em Capão da Canoa para uma série de encontros, palestras e oficinas.
Realizado no auditório da Prefeitura Municipal, com apoio da Ulbra torres, da Associação Central de Arquitetos e Engenheiros do Litoral Norte (Acae LN) e das entidades que compõem o Colegiado das Entidades Estaduais de Arquitetos e Urbanistas (Ceau-CAU/RS), a abertura oficial contou com a presença de importantes autoridades. A presidente do CAU/RS, Andréa Hamilton Ilha, recebeu o prefeito de Capão da Canoa, Amauri Magnus Germano; a presidente do Ibape-RS, Patrícia Bertotto; o representante da Acae Litoral Norte, William Karlo Maurin, e a coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Ulbra Torres, Analu Barbosa.
“Este é um momento extremamente importante para pensarmos nossas cidades de outra forma, considerando a reconstrução do Rio Grande do Sul e de que forma as vidas serão transformadas a partir daqui”, afirmou Andréa, citando as enchentes de maio.
Ao revelar seu entusiasmo com a presença do Rumos na cidade, o prefeito contou sobre o sonho de remodelar e estudar o plano diretor de Capão para os próximos 30 anos. “Um novo estudo que passará pelo olhar criterioso de profissionais de Arquitetura e Urbanismo.”
Planejamento ambiental em pauta
Na sequência, Andréa Ilha chamou ao palco a conselheira Isabel Valente que, junto ao arquiteto e urbanista Leonardo Garateguy, mediou o debate sobre planejamento urbano e ambiental com os convidados Guilherme Carvalho e Sofia Moraes.
“Quem tem que falar sobre cidades é o arquiteto e urbanista, não podemos perder a oportunidade de trazer os bons exemplos e levantar este debate. Quanto mais as pessoas estiverem inteiradas sobre os problemas das cidades, melhor, e para isso precisamos levar mais conhecimento à população” afirmou a conselheira Isabel.
Em sua apresentação, a engenheira ambiental Sofia Moraes destacou a urgência em se falar sobre cultura de prevenção, corrigindo erros e definindo melhorias. “Mas esse tipo de mudança não se faz de um dia para outro. Será que a população está preparada?”, questionou. Para o arquiteto e urbanista Guilherme, parte da solução passa pela mobilidade urbana. “O carro precisa ser a última opção de transporte, mas este é um grande debate que ainda precisa ser feito”, apontou.
Ao interagirem com o público, que participou por meio de dúvidas e reflexões, mediadores e convidados tiveram a oportunidade de elencar desafios à frente de um ano que elegerá novos representantes municipais. “O plano diretor precisa ser um pacto entre todos, para que não seja bom somente para alguns. Esta é uma discussão social, e vejo como extremamente necessário defendermos o perímetro urbano”, destacou Leonardo, alertando sobre o crescimento desenfreado das cidades e o papel de arquitetos e urbanistas como guardiões do plano diretor.
Rumos do Urbanismo
Nem a tarde chuvosa em Capão da Canoa impediu o público de caminhar pela história da cidade, ainda que sem sair do auditório. Por meio de fotografias e relatos pessoais, a arquiteta e urbanista Rafaela Dadda e a historiadora Cátia Gomes compartilharam a evolução do município desde os primórdios, quando era chamado de Arroio da Pescaria, até sua emancipação em 1982, quando tornou-se independente de Osório.
Ao revisitar pontos icônicos como a Sorveteria Gelf’s – o primeiro buffet de sorvetes no estado – e o Edifício Aymoré, que foi o primeiro prédio de apartamentos na orla de Capão, Rafaela e Cátia mostraram a transformação e o crescimento da cidade, onde alguns pontos resistiram ao passar das décadas como a Loja Longo, e outros foram completamente transformados, como o Boliche que servia de ponto de encontro nos verões.
Fotografia, ética e estruturas para arquitetos
A Oficina de Fotografia aconteceu em dois momentos, ministrada pelo conselheiro Luís Henrique Brock e o arquiteto e urbanista Efreu Quintana. Ao resgatar a história da fotografia, Efreu trouxe conceitos e aplicações de fotografia de arquitetura, citando profissionais renomados por seu olhar para registros arquitetônicos, como o americano Ezra Stoller. “A fotografia comunica uma atmosfera, e a fotografia de arquitetura é usada não apenas para a representação do projeto, mas também para sua documentação e comunicação”, disse.
O segundo dia foi dedicado à continuidade da oficina sobre fotografia de arquitetura, desta vez ministrada pelo conselheiro Luís Henrique Brock. Ele trouxe exemplos de fotografias amadoras que evidenciam projetos arquitetônicos e dicas de aplicativos para edição de fotos. “Vale lembrar que o olhar é mais importante que a melhor lente ou a melhor marca de celular”, destacou. Antes de responder às perguntas dos participantes, Brock compartilhou estratégias de marketing digital e cuidados éticos como o consentimento do cliente, além de crédito e autoria.
A oficina foi seguida da palestra “Fuja das armadilhas da profissão”, ministrada pelas conselheiras Carline Carazzo e Cristiane Picolli. Contextualizando o que significa ética no exerício da Arquitetura e Urbanismo, as conselheiras elencaram as obrigações do profissional com o cliente, com colegas e também para com o Conselho. De acordo com Carline, o CAU/RS tem, atualmente, 168 processos em andamento. Elas citaram iniciativas do CAU/RS, como o Descomplica Ética e também abriram espaço para perguntas do público.
O encerramento ficou por conta da oficina “Estruturas para Arquitetos“, ministrada pelo arquiteto e urbansita Estevan Barin, que apresentou de maneira lúdica alguns sistemas estruturais básicos, que absorvem e transferem cargas sozinhos. Com participação da plateia, o corpo humano serviu de modelo para mostrar como operam empuxo, peso e tração em estruturas como cabos e arcos.
As próximas edições do Rumos serão em Porto Alegre (agosto), Pelotas (setembro) e Passo Fundo (novembro).