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O XXXVI ENSEA – Encontro Nacional Sobre Ensino de Arquitetura e Urbanismo – e o XIX CONABEA – Congresso da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo – acontecem até amanhã (28/10) em Brasília. Neste ano, a Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA) prestou homenagem ao arquiteto e urbanista Roberto Py, primeiro presidente do CAU/RS, que faleceu na metade do segundo mandato, em 2016.
Professor Roberto Py
A ABEA é uma entidade de livre associação e, portanto, vive e se desenvolve graças ao trabalho e dedicação voluntária de inúmeros professores entusiasmados com o ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil, conscientes da importância de seu aprimoramento para o desenvolvimento do país.
O professor Roberto Py, ou simplesmente Py como era conhecido, foi um destacado membro da ABEA, participando e destacando-se em todos os momentos importantes da história recente da entidade e do ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil. Fez parte do grupo que refundou a ABEA em 1985, transformando-a em uma associação de ensino e não mais de escolas e diretores, quando logo passou a ser uma de suas principais vozes, sempre ponderada, objetiva e assertiva, nas decisões que marcaram os rumos da entidade.
Além dos inúmeros importantes cargos e funções que ocupou ao longo de quase 50 anos de vida profissional, destacou-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde se formou na década de 60 e foi professor, chefe de departamento, coordenador de curso e diretor. Roberto Py também foi diretor do Instituto do Patrimônio Histórico do Rio Grande do Sul (IPHAE) e do tradicional Colégio Farroupilha de Porto Alegre, cidade onde também manteve um escritório de arquitetura em parceria com sua filha.
Na luta política pelo ensino de arquitetura e urbanismo, Py teve atuação marcante e imprescindível como representante das instituições de ensino de arquitetura no antigo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), onde foi conselheiro federal e vice-presidente, tendo-o presidido em um momento delicado do conselho. Fez parte do momento mais expressivo da Comissão de Especialistas no Ensino de Arquitetura e Urbanismo (CEAU), do MEC, nos anos 1990, coordenando-a quando foram desenvolvidas e implantadas as diretrizes curriculares e os perfis e padrões de ensino, instrumentos renovadores que puderam garantir um mínimo de qualidade e infraestrutura para os cursos de arquitetura e urbanismo quando iniciou-se o período de abertura acelerada de novos cursos no país.
Após sua contribuição à CEAU, coordenou a implantação dos instrumentos de avaliação de cursos, inovadores e pioneiros na época, e que serviram de modelo inicial para a implantação do sistema de avaliação de todas as outras áreas pelo INEP/MEC. Participou, com sua postura crítica, porém proativa, das sucessivas comissões responsáveis pelo Provão, Enade e outras instâncias de avaliação do ensino superior. E, mais recentemente, Py era um dos entusiastas e dos grandes contribuidores no desenvolvimento da proposta de reformulação e atualização das diretrizes ainda em trâmite no MEC.