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A casa saudável e os desafios do urbanismo

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A Casa Saudável foi tema da palestra do segundo dia da Trienal de Arquitetura e Urbanismo. Sob mediação do jornalista Marcelo Canellas, o presidente do CAU/RS, Tiago Holzmann da Silva; a presidente da FNA, Eleonora Mascia e o médico Ion de Andrade debateram a relação entre saúde pública, moradia e bem-estar social.

Tiago Holzmann da Silva, Eleonora Mascia, Ion de Andrade e Marcelo Canellas. | Foto: Studio Feijão e Lentilha (Alex Bandeira)

Tiago relembrou sobre a moradia digna ser um direito constitucional, sobre o papel do arquiteto e urbanista enquanto médico da casa, e os riscos da “casa doente” para uma família. O presidente retomou a Lei nº 11.888/2008, que trata da Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS), de autoria do arquiteto e urbanista Clovis Ilgenfritz e mais tarde aprovada por Zezéu Ribeiro. Ao trazer números para o público presente, ele apontou os riscos da autoconstrução: “85% da população não contou com arquiteto ou engenheiro para construir ou reformar o local onde vive”. Tiago encerrou sua fala apresentando o projeto Nenhuma Casa sem Banheiro, um desdobramento do Casa Saudável e que nasceu como ação emergencial no CAU/RS no auge da pandemia em 2020.

O debate aconteceu na segunda noite da Trienal de Arquitetura e Urbanismo | Foto: Studio Feijão e Lentilha (Alex Bandeira)

Pediatra especialista em saúde pública, Íon de Andrade compartilhou suas vivências no Rio Grande do Norte, trazendo números sobre desnutrição e mortalidade infantil como resultado de crianças crescendo em ambientes insalubres, ingerindo água contaminada. Ele afirma que o acesso universal à cidade é o desafio do novo urbanismo, mas que pouco pode ser feito sem participação popular. “A comunidade tem que refletir sobre suas prioridades e ter as ferramentas necessárias.”

Para Eleonora Mascia, é necessário voltar a se comprometer com o desenvolvimento brasileiro. Ela trouxe dados sobre déficit e inadequação habitacional, além da demanda por moradia, elencando desafios como cortes no orçamento e o desmonte do Ministério e do Conselho das Cidades. Destacou a integração entre agentes e ações nos territórios para implantação de políticas públicas como desafios em nome do urbanismo, moradia digna e saúde. Antes de encerrar, Eleonora lembrou também sobre a necessidade de defender os direitos de trabalho de arquitetos e urbanistas: “como podemos nos organizar? O trabalho digno é um direito humano”.

Assista ao encontro!

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