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Caminhada da Perda celebra o Dia do Arquiteto com programação voltada à valorização do Patrimônio Cultural

O roteiro busca chamar a atenção para a preservação da arquitetura e do patrimônio cultural edificado

10/12/2024
Publicado às 20:53

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O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU/RS), através da Comissão de Patrimônio Cultural e o Centro de Memória CAU/RS, promovem a Caminhada da Perda, no próximo sábado, 14/12, em mais um evento para celebrar o Dia do Arquiteto, comemorado no dia 15 de Dezembro. O roteiro percorrerá ruas que conectam importantes praças da cidade de Porto Alegre e que tiveram sua paisagem bruscamente alterada pela ausência de edificações emblemáticas, que desapareceram, seja por tragédias, como incêndios, ou simplesmente foram demolidas pela ânsia da transformação urbana com a verticalização da cidade.

O roteiro busca sensibilizar os participantes através do lamento e da perda destes edifícios e, apesar da melancolia, chamar a atenção para a preservação da arquitetura e do patrimônio cultural edificado que ainda nos resta, seja ele mais passado ou mais recente.

Patrimônio Destruído

O trajeto proposto inicia na Praça Marechal Deodoro, onde se percebe a grande transformação urbana e a perda de alguns antigos ícones do entorno como a antiga Matriz Madre de Deus, demolida, o antigo Tribunal de Justiça, incendiado, o Auditório Araújo Viana, também demolido. Na Praça Senador Florêncio, ou da Alfândega, o roteiro segue até o Rua da Praia Shopping, onde era o Grande Hotel, incendiado e demolido, e até o antigo edifício da Caixa Econômica Federal, também demolido. No Largo dos Medeiros, a demolição do Edifício Chaves/ Hotel Viena e do Café Colombo. Na rua Vigário José Inácio, um caso de “destombamento“, a Igreja do Rosário, demolida e substituída embora fosse tombada pelo IPHAN. Na praça Otávio Rocha, a perda não pela demolição mas pela descaracterização, como é o caso do antigo Hotel Carraro e a demolição e substituição da antiga Igreja Luterana. Na praça Osvaldo Cruz a perda do Teatro Coliseu e por fim, seguindo até a praça XV de Novembro, a perda da praça Parobé, encerrando o trajeto com um contraponto, a intervenção realizada no Edifício Guaspari que depois de décadas retorna com sua forma para a paisagem urbana do Centro Histórico, resgatando uma importante edificação modernista.

O roteiro busca sensibilizar os participantes através do lamento e da perda destes edifícios e apesar da melancolia, chamar a atenção para a preservação da arquitetura e do patrimônio cultural edificado que ainda nos resta, seja ele mais passado ou mais recente.

Trajeto

Praça Marechal Deodoro (antiga Praça da Matriz): A transformação urbana e as demolições de acordo com o entendimento da época;
Praça Senador Florêncio: A transformação urbana e as demolições de acordo com o entendimento da época;
Largo dos Medeiros: A transformação urbana e as substituições;
Igreja do Rosário (antiga Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Pretos): Destombamento e a substituição;
Praça Otávio Rocha: As substituições e as descaracterizações;
Praça Osvaldo Cruz: A transformação urbana e as substituições;
Praça XV: A transformação urbana, as substituições, descaracterizações e resgate;

Saiba mais sobre os mediadores

Lucas Volpatto é arquiteto com mais de 15 anos de experiência em projetos de patrimônio cultural e edificações. Sócio-diretor da Studio1arquitetura, um escritório de arquitetura e urbanismo que atua nas áreas de restauro, revitalização, reforma, ampliação e construção de edifícios culturais e sociais. Mestre em arquitetura pela UNIRITTER / MAKENZIE, com foco em projetos e edificações culturais. Além de liderar a equipe da Studio1arquitetura, atua como consultor técnico da Fundação O Pão dos Pobres e da Fundação Iberê, sendo responsável pela conservação e manutenção do edifício-sede da Fundação Iberê Camargo, uma obra icônica do arquiteto português Álvaro Siza. Sua missão é contribuir para a valorização e preservação do patrimônio cultural e social, bem como para a democratização e acessibilidade da cultura e da educação. Sua visão é ser reconhecido pela qualidade, ética e inovação de seus projetos, além de sua participação ativa na comunidade acadêmica e profissional.

José Daniel Craidy Simões é Arquiteto Urbanista, mestre (2019) e doutor (2024) pelo Programa de Pós Graduação em Planejamento Urbano e Regional (PROPUR) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É membro do Grupo de Estudos e Documentação em Urbanismo (GEDURB). Integra o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios – ICOMOS Brasil (Núcleo RS) e o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRGS). Atua como conselheiro do CAU/RS onde coordena a Comissão Especial de Patrimônio Cultural (CPC). Também integra a Câmara temática de Patrimônio do CAU/BR.