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O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) acredita ser por meio de concursos públicos que a administração pública contribui para a qualificação, segurança e valorização do espaço urbano e dos ambientes. O Concurso Público Nacional de Projetos de Arquitetura e Urbanismo Iconicidades foi lançado pelo governo do Rio Grande do Sul para fazer frente ao desafio de tornar as cidades gaúchas mais inovadoras, criativas e empreendedoras.
A iniciativa visou ressignificar e estimular a retomada de espaços arquitetônicos icônicos nas cidades de Cachoeirinha, Pelotas, Rio Grande, Santa Maria e São Leopoldo. Para isso, foram selecionados ambientes que são parte da identidade de cada lugar, seja pela localização, pelo estilo arquitetônico ou pelo uso que se fez deles no passado.
Conversamos com os escritórios que venceram o Iconicidades. Conheça agora o Estúdio 41, de Curitiba, primeiro lugar no concurso para projeto arquitetônico do Ecoparque Turístico Molhes da Barra, em Rio Grande.
O escritório tem como equipe João Gabriel Rosa, Martin Kaufer Goic, Eron Costin, Emerson Vidigal e Fabio Henrique Faria, além de outros colaboradores. Nós conversamos com o arquiteto e urbanista Martin Kaufer Goic, que explicou quais são os principais desafios a partir de agora. Confira!
Quais os principais desafios, agora?
O desafio agora é típico do desenvolvimento de um projeto executivo: no âmbito do projeto de arquitetura e de paisagismo, que será desenvolvido diretamente pelo Estúdio 41, a definição dos materiais e técnicas construtivas, bem como o detalhamento destas; no gerenciamento do projeto como um todo, a coordenação das diversas disciplinas envolvidas, buscando as melhores soluções do ponto de vista das engenharias e da arquitetura; e por fim, a interlocução entre a equipe montada pelo Estúdio 41 e o cliente, que neste caso divide-se em duas instituições: o Governo do Estado, que é o contratante, e a prefeitura de Rio Grande, que vai realizar e operar a obra.
Qual a expectativa do escritório para as próximas etapas?
O objetivo é entregarmos um projeto consistente e bem alinhado com as expectativas do poder público, a realidade local e as qualidades do projeto. Essa documentação deverá servir de base para a futura contratação da obra e auxiliar a prefeitura na fiscalização da execução.
De Curitiba a Rio Grande: como foi feita a imersão no local?
Durante a etapa de concurso, a imersão na paisagem e contexto social do local foi feita através de fotos, vídeos, documentos que foram levantados pela equipe e também os fornecidos nas bases do concurso. Após a contratação, fizemos uma visita presencial e pudemos entender mais das características do terreno, tanto pela presença em si, quanto pela oportunidade de conversar com frequentadores e com representantes da prefeitura de Rio Grande. Durante todo o desenvolvimento do projeto – e talvez mesmo depois – essa imersão será constante. Cada vez que olhamos para algum documento sobre o local ou que temos a oportunidade de visitar, descobrimos algo novo sobre a paisagem.
Qual o diferencial que tornou o projeto vencedor?
Acreditamos que em uma paisagem monumental pela sua horizontalidade, e sobre uma área ambientalmente sensível, conseguimos uma resposta singela e precisa. Atende à intensa demanda turística da região, gerada pelos molhes e pela praia do Cassino, mas sem cometer excessos, buscando valorizar e educar sobre o seu bioma, historicamente negligenciado. Os equipamentos são contidos e posicionados de forma a destacar o inevitável protagonismo do horizonte.