Concursos

Conheça o Hiperstudio, escritório à frente do Centro de Gastronomia de Pelotas

O escritório de São Paulo venceu um dos concursos do Iconicidades e é responsável pelo anteprojeto e projeto executivo do espaço arquitetônico pelotense.
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O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) acredita ser por meio de concursos públicos que a administração pública contribui para a qualificação, segurança e valorização do espaço urbano e dos ambientes. O Concurso Público Nacional de Projetos de Arquitetura e Urbanismo Iconicidades foi lançado pelo governo do Rio Grande do Sul para fazer frente ao desafio de tornar as cidades gaúchas mais inovadoras, criativas e empreendedoras.

A iniciativa visou ressignificar e estimular a retomada de espaços arquitetônicos icônicos nas cidades de Cachoeirinha, Pelotas, Rio Grande, Santa Maria e São Leopoldo. Para isso, foram selecionados ambientes que são parte da identidade de cada lugar, seja pela localização, pelo estilo arquitetônico ou pelo uso que se fez deles no passado.

Conversamos com os escritórios que venceram o Iconicidades. Conheça o Hiperstudio, de São Paulo (SP), primeiro lugar no concurso para a proposição de uma edificação anexa à antiga sede do Banco do Brasil, prédio tombado pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e um plano de ocupação da antiga sede para elaboração de um Centro de Gastronomia. Conversamos com a equipe sobre o projeto vencedor e as próximas etapas até o início das obras. Confira!

Qual a expectativa para as próximas etapas?

Estamos felizes com a vitória e, principalmente, com a assinatura do contrato, uma vez que no Brasil nem sempre os concursos resultam na contratação, e menos ainda na obra construída. São conquistas importantes que devem ser valorizadas, pois dependem do esforço do CAU, do IAB, da competência e boa vontade política dos órgãos públicos envolvidos. A iniciativa do governo do Rio Grande do Sul de promover esses concursos tem que ser exaltada.

Nossa expectativa é que o processo de desenvolvimento do projeto ocorra de maneira adequada e as tramitações com os agentes públicos sejam eficientes, almejando a execução da obra futura e o retorno desse trabalho para a cidade e para as pessoas que usufruirão desse novo equipamento.

Quais são os principais desafios agora?

Trata-se de um contrato para projetar o novo Edifício Anexo a um palacete histórico tombado, e, portanto, essa integração gera complexidade em diversos pontos. O maior desafio é desenvolver o projeto do anexo de maneira independente do edifício existente, o que nem sempre é possível, pois diversas soluções deverão ser pensadas considerando todo o conjunto futuro, como por exemplo o Projeto de Proteção Contra Incêndio.

Além disso, outro desafio se refere aos prazos de desenvolvimento do projeto tidos como padrão nos contratos públicos, que não refletem a realidade prática de mercado, pois não contemplam o ritmo adequado para a plena concepção técnica de um edifício com esse grau de complexidade. 

Como o restauro do edifício tombado deverá ser objeto de outra contratação e ocorrerá em um cronograma diferente do nosso anexo, a execução da obra e inauguração do conjunto poderá ser faseada, e tudo isso gera um cenário desafiador que deve ser encarado com estratégia e cooperação entre nós (arquitetos e urbanistas), a prefeitura de Pelotas (futura usuária), e o governo do Estado (contratante).

Qual o diferencial que tornou o projeto vencedor?

Como se tratava de um projeto conectado a uma edificação tombada, havia várias condicionantes e limitações na ocupação do lote e quanto ao gabarito de altura. Além da organização funcional dos ambientes de didáticos de produção, acreditamos que um dos pontos fortes de nossa proposta foi a estratégia de ocupação do térreo, que para nós deveria ser o mais aberto e democrático possível, integrando a praça do Mercado à frente e potencializando a urbanidade da área central.

Para atingir esse objetivo, criamos um segundo nível térreo rebaixado, que acomodará ambientes técnicos, um pátio de convivência e o espaço didático de sommelier, que se abre para uma arquibancada pública de modo a popularizar os eventos gastronômicos e envolver a população local.

Os dois pavimentos térreos conectados diretamente com a rua se configuram em um vão livre em pilotis, garantindo a pretendida permeabilidade do espaço. Para potencializar ainda mais esse uso público dos espaços, foi proposto um terraço aberto na cobertura com conexão com a mansarda do edifício tombado, que contará com café e espaço expositivo do Memorial do Sal ao Açúcar.

 

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