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Durante o Congresso Mundial de Arquitetos, em Copenhague, a arquiteta brasileira Marcela Abla, presidente do IAB-RJ, apresentou um manifesto propondo ações para impulsionar a habitação de interesse social em todo o mundo. No painel dedicado à Habitação de Interesse Social, ela propôs que a UIA (União Internacional dos Arquitetos) direcionasse seus esforços para garantir condições dignas de moradia para todos.
O manifesto é um documento que expressa as ideias e as intenções do Programa de Trabalho em Habitação Social da União Internacional dos Arquitetos (UIA), do qual Marcela Abla faz parte. O Programa de Trabalho em Habitat Social é um grupo de arquitetos de diferentes países que se dedicam a promover o direito universal ao habitat social.
Veja aqui o Manifesto do Programa de Trabalho em Habitação Social
Segundo Marcela, o direito à habitação engloba não apenas moradia, mas também serviços comunitários, culturais, educacionais e socioeconômicos. Deve-se considerar a viabilidade ambiental em todas as soluções propostas, a partir de quatro pilares essenciais:
O primeiro é a dignidade, garantindo que todas as pessoas tenham acesso a um ambiente seguro, confortável e privado, atendendo às suas necessidades básicas.
O segundo é o envolvimento e participação das comunidades locais. Marcela enfatiza a importância de incluir as pessoas afetadas no planejamento, implementação e gestão dos projetos de habitação social, para garantir soluções que atendam às suas expectativas.
A integração urbana é o terceiro pilar. Os projetos de habitação social devem ser integrados ao tecido urbano existente, promovendo a coesão social e a inclusão.
Por fim, a sustentabilidade. O manifesto defende a abordagem das dimensões ambiental, social e econômica ao planejar e implementar projetos de habitação social, garantindo a preservação dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida das comunidades.
Um exemplo apresentado foi o projeto Nenhuma Casa sem Banheiro, uma iniciativa do CAU/RS que visa promover melhorias sanitárias domiciliares para famílias de baixa renda, por meio de projetos executados por arquitetos e urbanistas.
O projeto conta com a participação do Governo do Estado, da FAMURS, da ONU-Habitat e com o apoio de outras instituições, como o Ministério Público e a Defensoria Pública. O objetivo é beneficiar cerca de 11 mil famílias gaúchas que não dispõem de serviços básicos como abastecimento de água, destino adequado do esgoto e do lixo.
O painel em que o manifesto foi apresentado faz parte do Programa de Trabalho em Habitat Social da UIA, busca promover o direito universal ao habitat social por meio de diversas atividades, métodos e parcerias, como desenvolvimento de projetos arquitetônicos, realização de workshops, seminários e conferências e promoção de concursos de arquitetura.
O manifesto apresentado pelo IAB reforça o compromisso dos arquitetos e urbanistas brasileiros com a construção de um mundo mais justo e inclusivo, onde o direito à moradia digna seja uma realidade para todos.
Fonte: CAU Brasil