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O direito de viver bem e o trabalho de arquitetos e urbanistas

A arquiteta e urbanista Stephanie Ribeiro, apresentadora do programa Decora, foi uma das principais atrações da Trienal de Arquitetura e Urbanismo.
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Stephanie Ribeiro compartilhou vivências da faculdade e destacou a importância do ativismo | Foto: Studio Feijão e Lentilha (Alex Bandeira)“Falar sobre casa, sobre o direito de viver bem nunca vai sair de moda, sempre vai ser uma necessidade e isso sempre vai estar associado ao nosso trabalho.” Para a arquiteta e urbanista Stephanie Ribeiro, este é o recado que ela gostaria que chegasse aos profissionais e estudantes da área não apenas no Rio Grande do Sul, mas em todo o Brasil. Stephanie esteve em Porto Alegre como uma das principais atrações da Trienal de Arquitetura e Urbanismo, evento organizado pelo CAU/RS entre os dias 16 e 19 de novembro. Ela participou de um bate-papo realizado no palco do Theatro São Pedro, ao lado da vice-presidente do Conselho, Andréa Hamilton Ilha, e da presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Maria Elisa Baptista. “As pessoas têm uma carência gigante do trabalho do arquiteto e eu acho que existem inúmeras formas da gente trabalhar. Estamos nos reinventando como profissionais e eu realmente acho que temos que valorizar cada vez mais o nosso trabalho, porque as pessoas sentem falta do arquiteto”, afirmou Stephanie. Assista!

Ao longo de duas horas, elas conversaram sobre o papel fundamental de arquitetos e urbanistas na vida em sociedade, partindo do trabalho realizado nas residências. Stephanie é apresentadora do programa Decora, no canal GNT, e compartilhou um pouco da sua experiência com o público. “O programa exige aliar desenho técnico e rapidez, como desenhar o mobiliário em um dia e executar em três, por exemplo”, conta. Formada pela PUC Campinas (SP), Stephanie conta que a sensibilidade para escutar é um dos principais aprendizados que carrega do programa, oferecendo um resultado de qualidade a quem nem sempre teria os recursos disponíveis para decorar ou reformar um ambiente. “A decoração ainda é muito associada à elite pagante”, afirma.

Ativista, Stephanie contou os desafios enfrentados ainda na faculdade, sobretudo o racismo e machismo que quase a fizeram desistir do curso. Ela acredita na arte, design e cultura como papel fundamental do ativismo negro interseccional e na responsabilidade social do arquiteto para uma sociedade mais justa e igualitária.

Para Maria Elisa Baptista, a casa é o “corpo que habita a arquitetura”, e o arquiteto e urbanista tem a possibilidade de trabalhar junto à vida das pessoas, junto à rotina que é vivenciada nas residências. Andréa Ilha lembrou sobre os milhares de brasileiros que vivem em condições inapropriadas, em “casas doentes”. Ela resgatou a Lei nº 11.888/2008, que trata da Lei de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS) e de importantes iniciativas do CAU/RS, como o Nenhuma Casa sem Banheiro. “Garantir qualidade de vida e bem-estar é um direito de todos”, afirmou Stephanie.

A vice-presidente do CAU/RS, Andréa Ilha, mediou o bate-papo, que também contou com a presença da presidente do IAB, Maria Elisa Baptista | Foto: Studio Feijão e Lentilha (Alex Bandeira)

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