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Rumos Região Sul: confira o resumo de Rio Grande

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Foi dada a largada! Nesta segunda-feira, 27 de março, Rio Grande sediou o primeiro encontro do projeto Rumos da Arquitetura e Urbanismo, que percorrerá outras 11 cidades gaúchas até o mês de junho.

O Teatro Municipal de Rio Grande foi o local escolhido para o bate-papo entre os arquitetos e urbanistas, conselheiros do CAU/RS, Lucas Volpatto, Carline Carazzo e Evelise Jaime de Menezes, além da arquiteta integrante do IAB RS – Núcleo Rio Grande, Taiana Pitrez Tagliani. Especialistas em patrimônio histórico, eles compartilharam suas trajetórias e experiências com o público presente, que também aproveitou para esclarecer dúvidas relacionadas ao tema da preservação e as transformações nas cidades gaúchas.

“Inventário não tem matemática, tem método; são profissionais de diversas áreas avaliando um bem. A partir do momento em que existe um consenso ou uma maioria que vota a favor do seu reconhecimento, a edificação entra para a lista de inventário”, afirmou o conselheiro Volpatto. “Um bem inventariado não perde valor; ele muda de valor. Como qualquer outro imóvel inserido na cidade, ele está submetido a regulamentações”, acrescentou Taiana. 

Em seguida, o grupo partiu para a Caminhada do Patrimônio, que visitou diferentes locais históricos do município, promovendo uma reflexão entre passado e presente de Rio Grande.

Criação de um espaço vivo

A abertura oficial do evento ocorreu às 19h30, com falas do presidente do CAU/RS, Tiago Holzmann da Silva, da conselheira Evelise Jaime de Menezes, do secretário de Cultura de Rio Grande Luís Henrique Drevnovicz – na ocasião representando o prefeito municipal Fábio Branco – e o arquiteto e urbanista Fernando Bartelle, Diretor de Execução de Projetos do Escritório de Desenvolvimento de Projetos (EDP-RS).

Em seguida, os arquitetos Fábio Henrique Faria e Martin Kaufer Goic, sócios do Estúdio 41, realizaram a palestra principal, sob mediação dos arquitetos e urbanistas Marcio Lontra e Fernando Bartelle. O escritório de Curitiba (PR) é frequentemente visto em listas de vencedores de concursos de projetos pelo Brasil e pelo mundo, como a Estação Antártica Comandante Ferraz, o prédio Fecomércio/Sesc/Senac do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre, e o Ecoparque Turístico Molhes da Barra, de Rio Grande. Este último foi uma das propostas vencedoras da série de concursos Iconicidades, promovido pelo Governo do Estado, com organização do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB RS).

O Ecoparque trará uma nova visibilidade a um dos pontos mais tradicionais do turismo gaúcho: os Molhes da Barra do Cassino, a maior praia em extensão do mundo. Com três prédios distintos, o projeto inclui deck para confraternizações, espaço para food trucks, além de três mirantes. “Queremos que seja um espaço vivo o ano todo”, afirmou Martin. 

“Experimentação, massa crítica e colaboração são as formas que a gente pensa e constrói as propostas e trabalhos desenvolvidos no escritório”, explicou Fábio. Eles comentaram, ainda, que a paisagem dos pampas foi um dos principais motivadores para escolherem participar do projeto de Rio Grande. 

“É uma paisagem muito única no Brasil, acho que no mundo. A horizontalidade para todos os lados, o mar, o pampa, isso é muito bonito. A natureza é bastante impactante e, ao mesmo tempo, traz uma responsabilidade do que iremos pousar sobre essa paisagem. O bioma dos pampas, às vezes, é visto simplesmente como mato, então nossa foi criar esse sistema de comunicação visual que vai educar as pessoas sobre a flora e fauna ali presentes, olhando para o habitat como um todo”, destacou Martin, relatando o trabalho realizado em parceria com a arquiteta paisagista Mariana Siqueira.

Oficinas

O segundo dia de atividades do Rumos é dedicado às oficinas. No turno da manhã, ocorreram as de Software Livre para Arquitetura e de Ética, Contratos e Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), chamada “Fuja das Armadilhas da Profissão”.

A tarde foi movimentada com as oficinas de Gestão de Projetos para Arquitetos, ministrada pela arquiteta e urbanista Géssica Piovesan Somavilla, e de Estruturas para Arquitetos, ministrada pelo arquiteto e urbanista e mestre em estruturas Estevan Barin.

Na oficina de Gestão, foi proposto que os participantes se dividissem em dois grupos e desenvolvessem um espaço conceito em Rio Grande para ser utilizado por arquitetos e urbanistas durante o evento Rumos da Arquitetura e Urbanismo utilizando os métodos aprendidos, de iniciação e planejamento de projetos. O resultado foram propostas distintas, a da criação de um ambiente temporário, o Espaço Arquitetando o Futuro, e outro permanente, de fomento e incentivo para mais eventos de Arquitetura e Urbanismo da cidade, o Studio Arq&Art.

A oficina de Estruturas reuniu teoria e prática, convidando os participantes a sentirem a força e o peso das estruturas e o impacto que elas geram na leveza, economia, forma e estilo de uma edificação. A apresentação também trouxe um pouco de história e curiosidades desse universo, com exemplos de como o nosso próprio corpo – nossos ossos, em especial – possui estruturas bem projetadas. Com a etapa de Rio Grande encerrada, o Rumos seguiu para a Rainha da Fronteira: Bagé!

Galeria de imagens

Fotos: Studio Feijão&Lentilha (Alex Bandeira)

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