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Antes de chegar a Santa Maria, no coração do Rio Grande do Sul, o Rumos da Arquitetura e Urbanismo fez uma parada estratégica em Sant’Ana do Livramento, na fronteira com o Uruguai.
A Caminhada do Patrimônio foi o ponto de partida para o público que veio de cidades próximas, como Bagé, para conhecer e explorar um pouco mais da história de Livramento. Na sequência, o público foi recebido pela vice-presidente do CAU/RS, Andréa Hamilton Ilha, pelo arquiteto e urbanista Alberto Ovidio Brizolara Corrales – um dos responsáveis pela pós-graduação em Construção na UFRGS, além de obras de renome como a Rodoviária de Livramento e a Igreja Sagrado Coração, em Rosário – e pelo convidado para a palestra principal, Zé Barbosa, sócio-fundador do escritório Lineastudio.
Barbosa resgatou sua trajetória profissional e compartilhou a história de crescimento do escritório que, além da sede em Santa Maria, possui representatividades em Porto Alegre e Passo Fundo. “A tecnologia é nosso diferencial competitivo mas também como uma forma de transmitir nosso trabalho para o cliente”, disse o arquiteto, contando sobre o uso de plataformas como BIM e 3D. O escritório realiza projetos em diferentes áreas, como arquitetura comercial, residencial, de interiores e paisagismo.
Atualmente, o Lineastudio conta com quase 60 cidades atendidas, a maioria delas no Rio Grande do Sul, mas o escritório também possui projetos em Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, além do Paraguai. “As oportunidades vão aparecendo na vida, e a gente vai construindo escolhas em cima de escolhas, e então vai colhendo os frutos. Mas o importante é estar em paz com as essas escolhas e ser feliz.”
Oficinas
No dia seguinte, o Hotel Jandaia reuniu estudantes e profissionais de Arquitetura e Urbanismo para uma série de encontros e oficinas, começando pela palestra “Fuja das Armadilhas da Profissão”. Os conselheiros Fábio Müller, coordenador da Comissão de Ética e Disciplina (CED), e Carlos Eduardo Pedone, abordaram os riscos de desconhecer a ética profissional, bem como exercer Arquitetura e Urbanismo sem o respaldo de documentos fundamentais como a redação do contrato e o RRT. “Nossa profissão é belíssima. Trabalhamos com os sonhos das pessoas, e temos que ter muito respeito por isso. Estamos a serviço de alguém, que entregou a nós seus sonhos e desejos e a nós, arquitetos e urbanistas, cabe todo o respeito, diligência e responsabilidade. Por isso, exercer a profissão de forma ética diz respeito a todos, pois um erro individual pode impactar toda a classe”, afirmou Pedone.
Ainda no turno da manhã, o arquiteto e urbanista Alan Britto apresentou em detalhes dois cursos de software livre: Blender e QCad, para criação em 3D/BIM e desenho arquitetônico, respectivamente. O CAU/RS e a FNA possuem uma parceria para capacitação em diferentes cursos de software livre, por meio da plataforma Solare.
A tarde foi movimentada com as oficinas de Estruturas para Arquitetos, ministrada pelo arquiteto e urbanista e mestre em estruturas Estevan Barin, e de Introdução à Perícia Judicial e Extrajudicial na Área da Arquitetura, com a arquiteta e urbanista Rafaela Ritter dos Santos, perita Judicial no Tribunal de Justiça do Estado há 22 anos. Rafaela elencou uma série de normas e documentos que garantem não apenas a proteção legal de construtoras e incorporadoras, mas também a segurança da sociedade. Entre os exemplos, foram listados os laudos de vistoria de obra, de vistoria programada, de confrontantes de obra e de inspeção predial. Para este último, ela apontou uma demanda crescente em grandes centros urbanos, visto que os prédios nessas cidades estão envelhecendo. “Nós, arquitetos, temos que disseminar a importância deste trabalho, mostrar que investir na manutenção preventiva evitará grandes despesas com a corretiva.”
Galeria de imagens
Fotos: Studio Feijão & Lentilha