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A globalização é um convite para que escritórios de arquitetura e seus profissionais preparem-se para transitar em novas culturas e oportunidades de mercado mundo afora. Projetos no exterior mostram-se desafiadores: como se inserir no mercado? E, após esta primeira etapa, como conduzir a gestão?
Recentemente, Brasil e China firmaram memorando de entendimento para alavancar o comércio bilateral de serviços. E, ainda que o documento não inclua a arquitetura, para o José Roberto Geraldine Jr., Conselheiro Federal do CAU/BR, a aproximação mostra-se como possibilidade. Em entrevista ao CAU/RS, o arquiteto e urbanista revelou que o país tem um total de 30 mil arquitetos contra 150 mil do Brasil, o que torna visível as oportunidades de mercado.
Muito além da questão da língua e dos fatores culturais, pontos como formação, conhecimento técnico, tecnologia e sistemas construtivos são completamente diferentes do Brasil. O CAU/BR está construindo uma série de projetos de capacitação de escritórios com a intenção de ajudar os profissionais que buscam prestar serviços no exterior. “Percebo um potencial gigante para brasileiros no mercado internacional. Solicitamos uma audiência com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) em busca de parceria. É uma tentativa de melhor entender como podemos ajudar os escritórios neste sentido”, comentou Geraldine.
Ainda em fase piloto, o CAU/BR pretende ampliar e focar em duas frentes: Mercosul pela proximidade e, após, outros mercados mais distantes. “Nós precisamos preparar nossos arquitetos para que possam organizar seus escritórios com uma estrutura capaz de saber quais são os passos necessários para prestar um serviço fora do país. Desta forma, pouco a pouco, serão pavimentados novos caminhos, tornando o arquiteto e urbanista protagonista no acesso a esta fatia do mercado”, afirma.
Para o conselheiro, a participação de escritórios fora do Brasil ainda é embrionária. Mas já existem exemplos. André Krebs, arquiteto e urbanista do escritório Landscape Sul, também encontrou oportunidade no mercado asiático. O concurso internacional de arquitetura paisagística buscava o tratamento das margens do Rio Hang, na cidade de Danang, no Vietnã. “É uma cidade com muita similaridade com o Brasil”, comenta. O projeto envolveu a comunidade e a prefeitura. “O sonho deles era integrar-se ao rio com decks, mirantes e área de convívio ao longo dos 20 quilômetros dos dois lados das margens” afirma Krebs.
De acordo com Krebs, a Ásia está crescendo de 8% a 10%, um percentual maior do que os índices de desenvolvimento do Brasil. “É um mercado que sopra de vento em popa. A Europa já fez tudo que era para ser feito. A Ásia, agora, está sendo descoberta como uma janela frutífera. As coisas estão acontecendo por lá e, por isso, precisamos, mais do que nunca, estar prontos para o que vem pela frente”, sugere.