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Em qualquer área de atuação, é comum que as deficiências e pontos fracos encontrados na prática profissional tenham a ver com problemas enfrentados pelos estudantes já na fase de formação. Seja em função de currículos com falhas, de professores desatualizados, de uma estrutura universitária que não propicia boas condições para que o aluno concilie vida acadêmica e profissional ou por falta de empenho do estudante, tudo reflete nas atividades desempenhadas fora da universidade.
Quando falamos em Arquitetura e Urbanismo, estamos tratando de uma profissão que afeta profundamente a vida prática e cotidiana de toda a sociedade. Questões básicas relacionadas ao direito à moradia, estruturas urbanas, funcionamento da cidade, eventos culturais, patrimônio histórico e aspectos técnicos de construções são apenas alguns pontos de atuação do arquiteto e urbanista. Portanto, é crucial a preocupação com o ensino universitário nessa área, para que os serviços prestados pelos profissionais sejam qualificados e tragam melhorias visíveis à sociedade.
Luiz Gonzaga Binato de Almeida, arquiteto e urbanista natural de Carazinho, é uma figura importante na consolidação do conhecimento acadêmico e da pesquisa no Rio Grande do Sul. Conhecido como Professor Binato, ele foi o criador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), trabalhou na coordenação da graduação na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), também de Santa Maria, e lecionou por muitos anos na cidade.
Em entrevista ao CAU/RS, ele falou sobre sua trajetória como acadêmico, sua ida a Santa Maria e sobre a importância do ensino universitário para a formação de profissionais qualificados. Binato destacou ainda a relação entre a pesquisa acadêmica e a promoção do conhecimento para sustentar a defesa do patrimônio histórico e cultural.
“Quando eu vim para cá, dizia que era um general sem soldados para batalhar. Eu me sentia na expectativa de que um dia houvessem acadêmicos e colegas. Hoje, felizmente, eles estão aí”, afirma. Confira:
Luiz Gonzaga Binato de Almeida é um dos grandes responsáveis pela pesquisa que deu origem ao livro, publicado em 2016, sobre a história e transformações do Theatro Treze de Maio, importante centro de cultura de Santa Maria. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o prédio tem 127 anos e já recebeu companhias teatrais de várias partes do mundo.
Binato foi convidado pela diretora do teatro, Ruth Pereiron, para fazer a pesquisa. Além de informações sobre a história do teatro, desde a sua fundação, passando por todas as transformações arquitetônicas e de uso (no prédio, já funcionou um jornal, uma biblioteca e um centro cultural), Binato descobriu uma relação de seus antepassados com o local. Seu bisavô e seus tios-avós, todos violinistas, diversas vezes tocaram no teatro.
O idealizador do teatro foi o santa-mariense João Daudt Filho. Em 1889, um grupo de amigos da sociedade local, liderados por ele, uniu-se com a intenção de construir um teatro na cidade. Um ano mais tarde, o projeto se concretizou. O construtor do Theatro Treze de Maio, Júlio Weise, é responsável pela construção de dezenas de casarões na Av. Independência e pelo projeto das famosas torres da Igreja das Dores, em Porto Alegre. No início dos anos 90, o Treze foi fechado para reformas oriundas de concurso público de arquitetura para readaptação e restauro e, em 26 de maio de 1997, reinaugurado. Saiba mais no vídeo a seguir:
2 respostas
Estou lendo esta matéria e verifico alguma inconsistência, ou má fé, uma vez que sou autor do “Projeto de Readaptação e Restauro do Theatro Treze de Maio” iniciado em 1991, através de Concurso Público. O que aconteceu após 1997 foi usurpação de propriedade intelectual e perfumarias. Aguardo manifestação do CAU/RS para retomar o caso, se necessário, e verificar autoria.
Arquiteto e urbanista Sérgio, nós levaremos a sua manifestação para a equipe de Atendimento e Fiscalização para que sejam tomadas as devidas providências. Obrigada pelo contato.