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Centros urbanos com alto nível de segurança, muito bem planejados para todos, promovendo a interação com seus habitantes e solucionando os mais diversos problemas mundiais. Parece algo improvável, mas esse é o futuro que já começou: as chamadas cidades inteligentes.
De acordo com a ONU, em 2030 teremos mais de 70% do total da população da terra vivendo em centros urbanos. Cidades em todo mundo estão buscando maneiras mais eficientes e sustentáveis de operar. A mobilidade inteligente, edifícios inteligentes, smart grids, gestão de energia, água e resíduos são alguns dos alicerces das cidades do amanhã. O encontro “Como transformar cidades brasileiras em Smart Cities?”, promovido pela IMED, no dia 11 de abril, no Teatro do CIEE, em Porto Alegre, buscou, através de palestras de reconhecidos pensadores e agentes transformadores nacionais e internacionais, analisar as tendências relacionadas às cidades inteligentes e discutir como o uso intenso da tecnologia no cotidiano das pessoas está modificando o perfil do consumidor e dos centros urbanos. Entender essas tendências é fundamental para o futuro da sociedade, considerando que ela será a responsável por discutir e controlar a execução das novas estratégias urbanas.
Renato de Castro, palestrante internacional que atua na promoção de convênios mundiais e atração de investimentos para projetos no Brasil, esteve à frente do painel “Futuro inteligente e indefinido: quatro previsões disruptivas que irão te surpreender”, em que apontou assuntos como inclusão social versus inclusão digital, cidadãos com inteligência artificial e hipercidades e suas consequências, mostrando o que é uma cidade inteligente. “No futuro, a tecnologia controlará o mundo e, por isso, é bom sabermos se nossas atividades ainda serão necessárias, pois já começou a acontecer a substituição do homem pela máquina. Também existirão as inteligências artificiais que otimizarão o trabalho humano”, comentou. Outro ponto levantado é o surgimento das “hipercidades”. “O futuro prevê uma ascensão das confederações de distritos que visam estabelecer um comportamento global em uma localidade, para a cidade funcionar de maneira mais eficiente”.
Mas o que é uma cidade inteligente? Para Castro isso está bem além da reestruturação arquitetônica: é, principalmente, um modo de desenvolver soluções para problemas urbanos e aumentar a qualidade de vida do cidadão a partir do uso da tecnologia. A cidade inteligente gira em torno de cinco grandes eixos: tecnologia; cidadão; qualidade de vida; novas economias; e adaptação às mudanças. “Cidade inteligente já existe. É um conceito urbano, não o desenvolvimento de uma nova cidade. É a melhoria dela, sem tirar suas características”, comenta o palestrante.
Apesar das diversas tendências para o futuro apresentadas por Renato de Castro, o trabalho colaborativo pode ser solução em muitas realidades para a existência de cidades inteligentes, principalmente em locais onde os recursos financeiros são escassos. “As pessoas querem se envolver com as cidades e a cocriação faz parte da cultura do milênio. É preciso um ambiente autêntico, onde as pessoas sintam que a colocação delas é importante, ou seja, sistematizar formas onde as pessoas possam colaborar com a cidade”, ressaltou. No final das contas, a cidade inteligente busca integrar a tecnologia com o objetivo de humanizar mais a interação entre os habitantes e os centros urbanos para, assim, existir uma cidade melhor para todos. O encontro “Como transformar cidades brasileiras em Smart Cities?”, promovido pela IMED, teve apoio do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB RS) e da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura e Urbanismo (AsBEA-RS).