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A tecnologia otimiza processos. Em arquitetura e urbanismo, cada avanço impacta o desenvolvimento de projetos e gerenciamento de sua execução. Dos movimentos tecnológicos recentes na construção civil, o BIM desponta como grande marco. A plataforma permite a união de informações, controle de processos e interpretações em softwares com modelagem 3D dos projetos. Através da compatibilização de dados, projetos e planejamentos, que abrangem toda construção civil, a ferramenta tenta alcançar, ao máximo, o modo com o qual a construção será realizada. Nesta modelagem, qualquer alteração no modelo se dá em tempo real, alterando em todos os planos.
A AsBEA, desde o ano passado, tem realizado as “Segundas BIM”, coordenadas pelo arquiteto e urbanista Fernando Brentano. Na ocasião, escritórios associados e convidados apresentam o uso do BIM em projetos recentes. A reportagem do CAU/RS coletou depoimentos destes profissionais enfocando as transformações nos processos internos do escritório a partir da implantação da ferramenta. Confira:
Arquitetura Nacional – A plataforma está ajudando na criação de projetos, na organização dos mesmos e até mesmo no tempo gasto para correções. O escritório adotou a tecnologia BIM em 2014. “É frequente o sentimento de espanto na equipe sobre como era possível fazer os projetos anteriores sem o uso desta ferramenta”, comenta Lucas Pessatto, arquiteto e urbanista do escritório Arquitetura Nacional.
Além disso, o profissional complementa que o tempo ganho em tarefas como projeto, compatibilização e resolução de problemas versus o tempo perdido anteriormente apenas em retrabalho, especialmente ligado a desenho e documentação, é o fator que mais impressiona. “O investimento financeiro, de tempo e disposição em aprender uma nova lógica de projeto e, principalmente, de alimentar este com informação foi rapidamente justificado nos primeiros trabalhos realizados. A ferramenta começou a nos estimular a projetar, modelar e fornecer o maior número de informações possíveis de acordo que o que será realmente construído”, conclui.
Studio Prudencio – Para Miguel Esnaola, arquiteto e urbanista do Studio Prudencio, o BIM proporciona uma retomada da importância do arquiteto no processo de desenvolvimento da construção. O Studio Prudencio utiliza a ferramenta desde 2011 e, atualmente, ela é base do processo de desenvolvimento no escritório em todos os projetos. “No projeto de arquitetura a tecnologia é fundamental na dinamicidade da proposição das soluções e na produção dos desenhos, mas é na gestão das informações o maior impacto no processo de concepção do edifício”, afirma Esnaola.
Souza e Campelo – O arquiteto e urbanista Rodrigo Souza, do escritório Souza e Campelo, concorda que o BIM mudou toda estrutura de trabalho de seu escritório e que todo desenvolvimento de projeto ficou diferente com a ajuda dessa ferramenta. O BIM começou a ser utilizado pelo escritório em 2012, e Souza afirma que com ele os problemas que surgem no processo de fazer o projeto são identificados mais facilmente, analisados e corrigidos, antes mesmo da obra começar. “Com o BIM o retrabalho diminuiu muito, pois se você faz uma alteração, ela acontece em todos os desenhos do projeto automaticamente, e com isso a qualidade do trabalho melhora muito”, comenta Souza.