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Ninguém nasce sabendo. O ditado é antigo e bem verdade. Ainda que o trabalho seja fruto de talento ou aptidão, é a prática que vai aperfeiçoar a atividade e levar à excelência e redução da probabilidade de erro.
Para jogar é preciso entrar em campo: vivenciar o canteiro de obras para reconhecer o terreno, os companheiros de equipe, as ameaças e oportunidades para obtenção do melhor resultado. Em Arquitetura e Urbanismo, a prática é fundamental e complementar ao ensino e formação na universidade.
A arquiteta e urbanista Luciana Miron é doutora em Engenharia Civil e ministra as disciplinas de “Economia e Gestão da Edificação” e “Práticas em Obras” na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Segundo a professora, a inteligência por trás da obra passa por um importante exercício projetual de organização e planejamento.
“Na construção civil, os fluxos são muito complexos e dinâmicos, envolvem materiais, equipamentos, operários, veículos transitando. A partir de observações e análises, os alunos aprendem a importância do projeto de fábrica além do projeto de produto”, comenta. A edificação construída é apenas a ponta do iceberg, pois é na fábrica do canteiro de obras que tudo acontece.
São recorrentes as visitas de turmas de Arquitetura e Urbanismo da UFRGS em espaços de trabalho de turmas da Engenharia Civil e vice-versa. “Há uma série de tendências mundiais que visam aumentar o esforço colaborativo entre os vários profissionais que atuam no ambiente construído”, destaca. Assim, o trabalho em conjunto proporciona uma visão mais completa sobre o exercício profissional.
“Exercitar o contato com o mundo real é muito importante para o futuro arquiteto e urbanista. A partir do acompanhamento de obras e empresas, os alunos são estimulados a indicar as melhores soluções para os problemas observados na prática e entram no mercado muito mais preparados”, argumenta a professora.
A edificação é muito mais do que o resultado final. Ela é em grande parte o projeto de processo de execução, permanentemente aperfeiçoado pela observação, análise e experiência de práticas em obras.