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A universidade é um grande centro de tecnologia e inovação que permite o desenvolvimento de projetos com a participação de diversos profissionais e áreas de conhecimento. A multidisciplinariedade é boa tanto para a Arquitetura e Urbanismo quanto para as pessoas que se beneficiam das múltiplas conexões do saber. É o caso do projeto Hefestos, coordenado pelo professor Jorge Barbosa no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento em Computação Móvel (Mobilab) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
O Hefestos tem como objetivo auxiliar pessoas com deficiência a percorrerem o melhor caminho até o destino desejado a partir de indicadores de recursos de acessibilidade: rampas, pisos táteis, sinais sonoros nos semáforos, etc. Isso é possível porque o projeto tem como base três conceitos básicos: computação ubíqua – que descreve a presença direta e constante da informática no cotidiano das pessoas, cidades inteligentes – uso da tecnologia para desenvolver cidades para pessoas, e histórico de contextos – capacidade de armazenar informações para propor o melhor resultado a partir do histórico do usuário.
A proposta do sistema é ser genérico, ou seja, deve suportar demandas de pessoas com diferentes tipos de deficiência. Até o momento, um dos principais resultados do Hefestos foi o desenvolvimento de uma cadeira de rodas motorizada que utiliza um tablet para indicar os recursos de acessibilidade disponíveis na região do deslocamento.
Rosane Falcão, colaboradora do projeto, conta que sua rotina precisa ser detalhadamente planejada em função do deslocamento entre uma atividade e outra na sua rotina. “Um dia sem dificuldades é completamente anormal para mim”, revela. “As pessoas não se dão conta da importância de uma iniciativa como essa até se depararem com os desafios que enfrentamos”.
“Faltam soluções que integrem os recursos usados pelas pessoas com deficiência aos ambientes onde elas vivem”, comenta Jorge Barbosa. O protótipo foi testado na área externa do campus da Unisinos e interna de alguns prédios. O resultado foi bastante positivo, aprovado pelos próprios usuários, que acabaram contribuindo com sugestões e melhorias para o sistema de tecnologia assistiva. “O principal desafio é a escala que envolve uma cidade. Existem muitos recursos e usuários dispersos em uma grande região. Como manter atualizados os recursos de acessibilidade de uma cidade?”, questiona o professor. “Ao ampliar a aplicação do projeto, o ir e vir de uma comunidade inteira estaria assegurado”, conclui.