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O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS), preocupado com os rumos do Ensino Superior no país, divulga uma carta aberta aos professores e coordenadores de cursos de Arquitetura e Urbanismo no Rio Grande do Sul. A carta é assinada pelo presidente do CAU/RS, arquiteto e urbanista Tiago Holzmann da Silva.
Porto Alegre, 1º de agosto de 2019
Caros colegas,
As escolas de Arquitetura e Urbanismo gaúchas estão historicamente entre as melhores do país e muitas de nossas universidades figuram entre as melhores da América Latina. Esse reconhecimento é fruto de décadas de aperfeiçoamento de nossas instituições de ensino e do trabalho diário de professores e professoras que dedicam sua vida profissional a compartilhar o conhecimento, prático e acadêmico, com os futuros arquitetos e urbanistas. O aprendizado é uma construção conjunta de estudantes e professores, adquirido em salas de aula, laboratórios, bibliotecas e, principalmente, nos ateliês de projeto, parte insubstituível de nossa formação.
Motivado por diversas denúncias e preocupado com recentes distorções introduzidas de maneira equivocada no ensino de nossa profissão, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) deliberou que não aceitará o registro de profissionais formados em cursos na denominada modalidade de ensino à distância (EaD). O CAU/RS entende que o EaD é uma ferramenta excelente, que incorpora as novas tecnologias, amplia e potencializa novas possibilidades de ensino. Entretanto, o EaD não é uma “modalidade” que possa ocorrer em paralelo com o ensino presencial, muito menos em substituição a este, com claríssimas perdas de qualidade e diversidade e danos irreparáveis à formação dos futuros profissionais.
O CAU/RS está sendo processado por duas empresas inconformadas com a nossa posição. Até o momento, a Justiça Federal confirmou a legitimidade da decisão do Conselho e referendou a decisão de não registrar os egressos de cursos na “modalidade” EaD.
Nossa tese é que se o papel do Ministério da Educação (MEC) é regular e fiscalizar o Ensino Superior e o papel do Conselho é fiscalizar a profissão, então o ensino da profissão deve ser uma responsabilidade compartilhada entre MEC e CAU. Nem um nem o outro pode ter essa atribuição de forma unilateral.
Caros colegas, contamos com todos vocês para nos ajudar a assegurar e ampliar a qualidade do ensino ofertado aos estudantes de hoje. Nos colocamos também ao seu lado, professor e professora, para lhe apoiar na resistência contra a precarização do trabalho do docente e da mercantilização do ensino de Arquitetura e Urbanismo no Rio Grande do Sul.
Estamos abertos a receber suas sugestões, informações e denúncias. Entre em contato pelo e-mail gabinete@caurs.gov.br.
Tiago Holzmann da Silva – Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU/RS)
Leia mais sobre as ações do CAU/RS em defesa do Ensino Superior de qualidade.
4 respostas
Apoio irrestrito. Esta resolução é necessária para que nossa profissão mantenha sua integridade.
Apoio total. Precisa também uma ação para conter a abertura indiscriminada de cursos superiores, verdadeiros supermercados de diplomas. Marília-SP, uma cidade de 230 mil habitantes, tem 3 escolas de engenharia e 3 de arquitetura. O Brasil tem mais cursos de arquitetura que os EUA, e de qualidade duvidosa.
Total apoio. Há que definir alinhamento entre MEC e Conselhos Profissionais para manter qualidade de ensino e a qualidade do profissional. Formação com responsabilidade cidadã.
O Coordenador do curso de arquitetura e urbanismo, pode ser um engenheiro mecânico?