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O Dia do Trabalho, ou Dia do Trabalhador, é comemorado em todo o mundo no dia 1º de maio. Assim como o Dia Internacional da Mulher, abordado pelo CAU/RS em reportagens especiais, lutas trabalhistas históricas são a questão central das referidas datas comemorativas.
Histórico
A Revolução Industrial começou na Europa e rapidamente se alastrou pelos demais continentes, chegando em países como Estados Unidos e Brasil no final do século XIX. Uma das consequências da Revolução Industrial foi a formação de grandes centros urbanos, fato que gerou, consequentemente, uma grande concentração de pessoas em seu entorno, sobretudo de operários, cujo trabalho nutria as indústrias.
A greve geral ocorrida em Chicago (EUA) em 1º de maio de 1886 repercutiu de forma violenta, gerando a morte de trabalhadores e policiais durante uma manifestação na praça Haymarket. Pesadas jornadas de trabalho (fala-se em cerca de 17 horas por dia) e as pouco amistosas relações entre empregados e empregadores culminaram com as lutas históricas, que seguem até os dias de hoje, por melhoria nas condições de trabalho em todo mundo.
Dia do Trabalho – do luto à luta
Os profissionais arquitetos e urbanistas travaram por muitos anos a sua luta por um Conselho de Fiscalização Profissional próprio. Com a criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, muitas conquistas foram alcançadas, mas se reconhece a existência de outras tantas necessidades de avanço.
A 11ª edição do programa Uma Tarde no CAU/RS, que ocorreu na quarta-feira (27/04), às vésperas do feriado do Dia do Trabalhador, abordou questões referentes a mercado de trabalho e valorização profissional. Estiveram presentes os arquitetos e urbanistas Marcelo Heck, Diretor Financeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil/RS (IAB/RS), Ricardo Milanez, Sócio Diretor da Milanez Arquitetos Associados, e Rodrigo Jaroseski, Gerente de Atendimento e Fiscalização do CAU/RS. Para tratar de questões relacionadas a Arquitetura e Urbanismo como Carreira de Estado, contamos com a presença de Suzana Gerchmann, Assessora Jurídica do CAU/RS.
Ao longo da tarde, os convidados discorreram sobre suas atividades, como ocorreram suas inserções no mercado de trabalho – tanto no setor público quanto no setor privado – e destacaram aspectos que podem contribuir para a valorização profissional. Marcelo, Ricardo e Rodrigo foram unânimes em relatar a importância do estágio na carreira do arquiteto e urbanista, pois aspectos muito próprios da rotina de trabalho não são abordados em profundidade na academia pelo próprio caráter dos currículos universitários.
Sobre o trabalho no setor privado, Marcelo Heck e Ricardo Milanez comentaram sobre a dificuldade do mercado em contratar profissionais via CLT devido à legislação que envolve o Salário Mínimo Profissional. Ricardo destacou a estruturação empresas de menor porte – um grupo de associados, por exemplo – unindo-se para projetos maiores a fim de suprir a demanda de grandes grupos de profissionais. “Não saberíamos indicar hoje no Brasil uma empresa com 50 arquitetos e urbanistas contratados, mas podemos facilmente encontrar várias empresas menores trabalhando em parceria no desenvolvimento e execução de projetos”, comentou.
Marcelo Heck complementou: “A valorização profissional passa pela valorização financeira”. Também destacou o uso adequado da Tabela de Honorários do CAU, que serve como parâmetro e referência segura para negociações com clientes. O objetivo é coibir a concorrência desleal de preços e assegurar um padrão de qualidade para os serviços prestados.
O Gerente de Atendimento e Fiscalização do CAU/RS, Rodrigo Jaroseski, deu ênfase para a atuação dos profissionais no setor público e a importância de fiscalizar editais públicos que permitam a participação de arquitetos e urbanistas conforme suas atribuições. Outro assunto abordado pelos integrantes da mesa foram os processos licitatórios na modalidade Tomada de Preços – Menor Preço em detrimento do Concurso Público, que pode enriquecer e valorizar o espaço público construído.
Por fim, a Assessora Jurídica do CAU/RS Suzana Gerchmann comentou sobre o Projeto de Lei que tramita no Senado Federal e pode transformar a Arquitetura e Urbanismo em uma carreira típica de Estado, implicando em maior valorização do arquiteto e da arquitetura nacional; fortalecimento da luta pelo Salário Mínimo Profissional; conquista de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários; estabilidade em caso de redução de quadros; fortalecimento dos estudos, projetos técnicos e do planejamento de prefeituras municipais, de governos Estaduais e da União; melhoria dos investimentos em infraestrutura e no desenvolvimento do país; segurança para a sociedade com profissional habilitado e valorizado; ampliação das políticas públicas, com atendimento mais adequado; e fortalecimento de um novo ciclo de desenvolvimento, com crescimento e inclusão social.
Também participaram do debate o locutor da Rádio Arquitetura Alexandre Sebold e a jornalista do CAU/RS Gabriela Belnhak na mediação do bate-papo.
Ouça | 11ª edição | 27/04/2016
Convidados: Ricardo Milanez, Marcelo Heck (IAB RS), Rodrigo Jaroseski e Suzana Gerchmann (CAU/RS)
Uma Tarde no CAU/RS
- Quarta-feira, ao vivo, das 15h30 às 17h
- Transmissão: Rádio Arquitetura, a rádio das mentes criativas
- WhatsApp: (51) 8211-9741