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O ano de 2019 foi marcado por um forte posicionamento do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) em defesa do ensino à distância (EAD) como ferramenta e não como modalidade de ensino. O tema foi debatido no 21º Congresso Brasileiro de Arquitetos (CBA), realizado no mês de outubro em Porto Alegre (RS).
A Sessão Temática “EAD x Ensino Presencial” contou com a presença de Luiz Augusto Contier, Valter Caldana, Rodrigo Spinelli e mediação de Marcelo Heck. Spinelli apresentou o trabalho da Comissão de Ensino e Formação do CAU/RS, em especial a análise de currículos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul, comparando as modalidades de ensino.
“Alguns cursos não oferecem disciplina de Paisagismo, outros não oferecem de Restauro ou Patrimônio Histórico. As faculdades focaram nas disciplinas de projeto, deixando de lado as complementares, que são tão importantes quanto”, alertou o conselheiro.
Contier afirmou que não existe arquitetura certa ou errada. “É melhor ou pior. O professor faz com que o aluno adquira conhecimento a partir da crítica. O sucesso está na repetição”, disse, destacando a importância da prática. “Como trazer isso para o EAD e para um aluno que só vivencia um encontro presencial por bimestre?”.
Caldana analisou a atual conjuntura do ensino: “é óbvio que o EAD é uma ferramenta, mas também é óbvio que é uma realidade”. O professor defendeu que, num primeiro momento, não se conceda o registro a profissionais formados por EAD, mas apenas para ter tempo de debater o assunto.
Diversidade, qualidade técnica e corpo presente
O debate continuou na mesa formada por Ananda Oliveira Henklain (FeNEA), Gogliardo Maragno (ABEA), Maria Elisa Baptista (IAB) e Bruno Coimbra (ABMES), com mediação de Ormy Hütner Júnior (FNA). Ananda, representante da Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo, destacou a riqueza da diversidade acadêmica. “Nossas problemáticas vêm no sentido de aprender a aprender: os perfis acadêmicos são muito diferentes. Entendemos a graduação principalmente como um período de sensibilização, para garantir o caráter técnico e social da formação”.
Gogliardo, “Goga”, alertou para o reducionismo do EAD. “Antes de saber se é possível uma educação em Arquitetura e Urbanismo à distância, é preciso saber que a formação profissional requer conhecimentos, capacidades e habilidades. O MEC trata como iguais áreas de conhecimento com características muito diferentes. Fora do Brasil, os cursos EAD são de educação continuada ou pós, cursos de conhecimento arquitetônico, não de formação básica”.
“Democracia exige presença”, disse Maria Elisa. “Se a gente lida com os espaços da vida privada, coletiva e pública, é apenas vivenciando e discutindo que a gente se prepara para esse embate futuro. Projetamos contra a exploração, contra o abuso, contra tudo o que destrói a vida humana. Nossa tarefa é de guerrilha. Não é possível discutir ensino sem estudar metodologias de ensino, assim como não é possível desenvolver a nossa criatividade sem interagir com todos os nossos sentidos, sem sentir a alma na mão”, defendeu.
Bruno, representante da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior, por outro lado, defendeu a qualidade do EAD. “O mais desejoso é que a gente acabe com essa distinção entre presencial e EAD. O que se vê hoje é o total distanciamento, pois não temos dialogado sobre o que desejamos para os cursos”, disse o Assessor Jurídico da ABMES.
Uma resposta
Nossa que assunto polêmico, se vão pensar desta forma, então vão ter que rever todos os cursos em EAD no Brasil, e que são muitos hoje temos em EAD em biomedicina, engenharias-mecânica; civil; elétrica, até mesmo Nutrição em EAD. Estou tremendamente desconte com essas críticas, porque o que faz o profissional ser bom é o desempenho e dedicação e nesta modalidade tem que ter muita dedicação…