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Junto ao lançamento da mais recente campanha do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS), que alerta para os riscos da graduação a distância em Arquitetura e Urbanismo, o presidente do Conselho, Tiago Holzmann da Silva, assinou um artigo sobre o tema, publicado nos jornais Zero Hora e Correio do Povo. Leia abaixo o conteúdo na íntegra.
Ensino presencial é qualidade do profissional
Arquitetos e urbanistas, engenheiros, médicos, enfermeiros, advogados, jornalistas, professores e tantos outros profissionais são agentes definidores da qualidade de vida, da saúde, da educação, da segurança de toda a sociedade. Para garantir que esses papéis sejam desempenhados por profissionais qualificados, é imprescindível garantir a qualidade do Ensino Superior. No entanto, além dos cortes de verbas das universidades públicas, percebe-se o abandono da busca pela excelência acadêmica, notadamente nas instituições controladas por sociedades anônimas nacionais e multinacionais.
Não faltam exemplos de sucateamento do setor: demissão em massa de professores; redução do tempo da hora-aula e da carga horária total dos cursos; transformação da educação em artigo de consumo; sem falar na concorrência desleal que prejudica as universidades comunitárias de reconhecida qualidade. A concentração de matrículas nas mãos de poucas e grandes empresas fica agravada pelo desinteresse do MEC, que deveria zelar pela qualidade do ensino, mas parece incentivar a precarização e desqualificação.
A pandemia, por sua vez, exigiu a adaptação ao ensino remoto emergencial, mas agravou ainda mais o cenário do Ensino Superior a distância. A graduação em Arquitetura e Urbanismo, uma profissão de natureza técnica, tem na convivência do atelier e nos laboratórios etapas presenciais fundamentais para a formação do estudante.
O incentivo aos cursos 100% em modalidade de Ensino a Distância é um exemplo do desprezo pela qualidade, pois elimina completamente as atividades presenciais, a interação entre professores e estudantes e a necessária vivência acadêmica, com o único objetivo do barateamento e sob o falso argumento de “democratização”. Ao promover a lógica de mercado na educação superior, estaremos condenados à desqualificação na formação profissional, técnica e crítica, pois uma sociedade mais justa somente se constrói com ensino de qualidade.
Tiago Holzmann da Silva
Arquiteto e urbanista, presidente do CAU/RS
Uma resposta
Boa tarde!
Levando em conta que muitos que estudam presencialmente não fazem seus estudos e trabalhos de fato e sim pagam outros para fazer e isso é uma realidade pois já fiz presencial e vi muitos colegas fazerem isso, porque desqualificar algo tipo o EAD antes de testar esse aluno ou essa forma de aprendizado? Façam um teste tipo OAB para aprovar ou não mas deixem as pessoas progredirem e tentarem até porque arquitetura atualmente é só desenho, projetos que serão dados a um engenheiro para calcular, ou não? Quem se forma em arquitetura quer é projetar e ganhar dinheiro. Outra posição, porque na pandemia o EAD era considerado bom e agora não é mais.? Será que é só um jogo de interesses? Façam uma prova com os formados e analisem os aptos ou não. A OAB faz e todo muito tenta até conseguir passar. Creio que seria uma ótima alternativa para todos pois ninguém tem mais que 1 vida mas todos querem aprender e ter uma profissão.