Getting your Trinity Audio player ready...
|
O concurso African School Project teve 500 participantes de 71 países.
A plataforma de competições arquitetônicas Archstorming promoveu o concurso “Projeto Escola Africana: educação para o futuro”, que desafiou os participantes a projetarem uma escola secundária para uma Paróquia Missionária localizada em Benga, no Malawi. O concurso recebeu 500 equipes participantes de 71 diferentes nacionalidades. A equipe formada pelos gaúchos Victor Matheus Correa, Guilherme Dacas, Guilherme Xavier, Lucas Trentin e Leonardo Giovenardi conquistou o 4º lugar na competição.
O projeto Benga Secondary School objetiva o intercâmbio entre aluno e professor, unindo cultura e conhecimento. A escola possui espaços de alfabetização e moradia, além de manter espaços compartilhados, como uma horta comunitária para ser cultivada pelos moradores. O resultado do concurso mostra que há novas maneiras atraentes de projetar uma escola para pessoas com poucos recursos em continentes como a África de uma maneira mais ecológica, amigável e sustentável.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) conversou com a equipe de Caxias do Sul, que se conheceu na faculdade e conta que esta foi a primeira vez em que o grupo se une para participar de um concurso da área. “Os projetos arquitetônicos envolvem uma complexidade social, ambiental, cultural e econômica que torna o debate com a sociedade necessário e imprescindível. Desse modo, diversifica o repertório de soluções possíveis para atender a demanda seja do projeto arquitetônico ou do projeto urbanístico alvo de intervenção”. Confira a entrevista na íntegra:
O que objetivou a participação de vocês no concurso?
Desde a graduação foi uma vontade do grupo, esta foi a primeira oportunidade de juntar a equipe e focar em um concurso.
Como foi o desenvolvimento do projeto e a divisão de trabalho?
Formamos uma equipe de indivíduos que tem atribuições diferentes. São 4 equipes internas, cada uma com suas demandas e suas tarefas. A reunião de todos é reflexo de um pensamento coletivo. Quanto mais pessoas discutindo e produzindo, melhores resultados surgem! O projeto se desenvolveu ao longo de 45 dias, com encontros sistemáticos. O partido de arquitetura foi um exercício coletivo, com exposição das ideias individuais. O resultado foi a elaboração das melhores definições de cada uma das ideias. Pensamos coletivo. Já o processo de trabalho, potencializou as habilidades de cada indivíduo. Desde as produções de desenhos, geração de imagens e produção textual.
Qual o diferencial da proposta de vocês?
Acreditamos que a solução dada na valorização da cultura local, na releitura da maneira como vivem em suas aldeias e a associação do tema “estudar e morar”, como um potencial humano, foram as diretrizes que valorizaram o projeto. Todas as ideias estão fundamentadas em teorias que explicam as decisões fundamentais.
Como vocês avaliam a realização de concursos de arquitetura no Brasil?
Acompanhamos os concursos de arquitetura no Brasil, estudando as diretrizes e resultados. Nossa ideia é começar a participar de concursos promovidos pelo CAU e IAB. Acreditamos que os concursos são processos que valorização à profissão. Lógico, percebemos muitas incongruências em vários concursos, mas ainda assim, é um processo válido e os resultados dão visibilidade profissional.
O que levou a equipe a participar de um concurso internacional em arquitetura?
Em específico deste concurso, o que nos atraiu foi o tema: Escola e Habitação. Que separadamente são temas interessantes, e acreditamos que unir isso em um projeto, onde estudar e morar devem coexistir, seria um desafio interessante. Casualmente tratava-se de um concurso internacional.
Vocês foram premiados em um concurso internacional. O que esta premiação significa para a vida profissional de vocês?
Receber uma premiação em um concurso requer planejamento estratégico, dedicação, bom relacionamento interpessoal, comprometimento, paciência, superação de frustrações, entre outras inúmeras particularidades. O prêmio acaba dando maior visibilidade aos profissionais envolvidos e colocando a equipe um passo à frente no mercado de trabalho.
Para a equipe, qual a importância de concursos como este?
Os projetos arquitetônicos envolvem uma complexidade social, ambiental, cultural e econômica que torna o debate com a sociedade necessário e imprescindível. Desse modo, diversifica o repertório de soluções possíveis para atender a demanda seja do projeto arquitetônico ou do projeto urbanístico alvo de intervenção. No contexto dos concursos também ganhamos uma dose à mais de liberdade nas intenções projetuais, permitindo que a equipe pensasse “fora da caixa”, rompendo com os condicionantes que enfrentamos no dia a dia.
Uma resposta
Parabéns, Rapaziada!