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Com ela, mais duas arquitetas e urbanistas brasileiras serão premiadas.
A arquiteta e urbanista Erminia Maricato receberá no Dia do Urbanismo, 8 de novembro, o prêmio máximo concedido pela Federação Pan-americana de Associações de Arquitetos (FPAA): a Medalha de Ouro. No dia 29, a FPAA anunciou a relação dos premiados da edição 2020, que contemplou ainda os arquitetos e urbanistas brasileiros Gilson José Paranhos de Paula e Silva (Serviço Público); Dora Alcântara (Docência); Margareth Aparecida Campos S. Pereira (Pesquisa e Teoria) e Hector Vigliecca, uruguaio radicado no Brasil, com o prêmio Arquiteto das Américas.
A 12ª Reunião Plenária Extraordinária do CAU/BR, realizada dia 29, aprovou moção de congratulações aos arquitetos e destacou a valorização que o prêmio está dando à mulher arquiteta e aos trabalhos em habitação social.
Erminia Maricato é a primeira mulher e brasileira a receber o prêmio, mérito que está relacionado com sua efetiva contribuição para o engrandecimento e desenvolvimento da Arquitetura e Urbanismo nas Américas. A arquiteta e urbanista defendeu a Reforma Urbana de iniciativa popular na Assembleia Constituinte do Brasil, em 1988, integrando a questão urbana, pela primeira vez, como um capítulo da carta magna. Também atuou ativamente pela criação do Ministério das Cidades, sendo sua primeira secretária-executiva.
Em 1997, Erminia fundou o Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Também foi secretária de Habitação e Desenvolvimento Urbano do governo de São Paulo de 1989 a 1992.
“A todos e todas meu muito obrigada. Apesar da pandemia, apesar dos ataques à democracia, apesar da agressão à nossa soberania, vamos em frente tirar do papel e implementar a Lei nº 11.888/2008 (sobre assistência técnica para habitação de interesse social). Vamos mudar a qualidade do ambiente construído no Brasil e mostrar o quanto a arquitetura e o urbanismo são necessários à vida social”, afirmou Ermínia ao agradecer a indicação de seu nome pelo IAB ao prêmio da FPAA.
Outra mulher premiada foi a arquiteta e urbanista Dora Alcântara com o prêmio Docência. Este ano, ela também foi indicada pelo Departamento do Rio de Janeiro do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) para o prêmio Colar de Ouro, a maior comenda do IAB. Dora Alcântara é estudiosa da azulejaria luso-brasileira e tem larga experiência na defesa da preservação do patrimônio cultural e do ensino da arquitetura brasileira. É sócia titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) no Rio de Janeiro, Petrópolis e Paraguai; membro do Conselho Estadual do Departamento do Rio de Janeiro do IAB/RJ e representante do Conselho Estadual de Tombamento do Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac).
O arquiteto e urbanista Gilson José Paranhos de Paula e Silva recebeu o prêmio Arquiteto do Serviço Público. Ele presidiu a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab); o IAB nacional e o regional Distrito Federal. Também exerceu as funções de Coordenador Nacional de Concursos Públicos e Diretor Executivo da Direção Nacional do IAB. Integrou o Conselho do Ministério das Cidades por seis anos.
Seu nome está diretamente relacionado à habitação social, área em que desenvolveu vários projetos, sendo referência nacional na defesa da Lei 11.888/2008 (Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social – ATHIS). É também um obstinado propagador da realização de concursos públicos de projetos.
Mais mulher premiada pela FPAA: a arquiteta e urbanista Margareth Aparecida Campos da Silva Pereira recebeu o prêmio Pesquisa e Teoria. Margareth tem atuação no Centre Maurice Halbwachs da Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (2018); no Programa de Pós-Graduação de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (2020); é professora e coordenadora do Curso de Especialização em História da Arte e da Arquitetura no Brasil da PUCRIO, entre outros. É autora de livros, artigos e exposições nas áreas de estudos culturais, principalmente nos campos da arte, da arquitetura, do urbanismo e do paisagismo, tendo como foco, sobretudo, o Rio de Janeiro.
Radicado no Brasil há mais de 40 anos, o arquiteto uruguaio Hector Vigliecca recebeu o prêmio Arquiteto das Américas da FPAA. É sócio-fundador do escritório Vigliecca & Associados, responsável por projetos como o Estádio do Castelão, em Fortaleza-Ceará; o Conjunto Habitacional Rio das Pedras, em São Paulo e a reurbanização de parte da favela Morro do Socó, no município paulista de Osasco e da favela Heliópolis, também em São Paulo.
A Cooperativa de Profissionais do Habitat (Co.Opera.Ativa) do Rio de Janeiro recebeu menção no prêmio Habitat Popular da FPAA. A cooperativa reúne profissionais de diversas áreas relacionadas com o desenvolvimento de projetos de cunho social, urbanístico, ambiental e da arquitetura. Também desenvolve produtos como projetos de Arquitetura e Urbanismo; planejamento urbano e meio ambiente; produção de habitação de interesse social e para moradores em área de risco; tecnologias alternativas para construção habitacional e outros.
O arquiteto e urbanista brasileiro Antonio Moraes de Castro presidiu o Júri de Qualificação dos Prêmios FPAA, que avaliou 143 candidaturas das diferentes Secções Nacionais. O arquiteto foi presidente do IAB-DF, atuou mais de duas décadas no Conselho Superior do IAB (COSU) e por três períodos alternados foi Secretário Geral e Secretário Executivo da Direção Nacional do IAB.
Fonte: CAU/BR