Ações Afirmativas

Estudantes e profissionais debatem cidades acolhedoras para mulheres 

Izabele Colusso, Thaíse Machado e Carline Carazzo | Foto: Feijão / CAU/RS

A palestra “Cidades para todas: cidades acolhedoras para mulheres” deu início ao II Seminário Estadual dos Colegiados, promovido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS). A atividade foi ministrada por Izabele Colusso, professora doutora em Planejamento Urbano e Regional, com mediação das arquitetas e urbanistas Thaíse Machado, coordenadora da Comissão Temporária de Políticas Afirmativas (CTPAF-CAU/RS), e Carline Carazzo, coordenadora da Comissão de Ética e Disciplina (CED-CAU/RS).

Na tarde desta segunda-feira (25), estudantes, profissionais de Arquitetura e Urbanismo e outras áreas do conhecimento, incluindo da Administração Pública, participaram do evento realizado no Centro Cultural da UFRGS. A palestra reflexiva e didática visou repensar como alcançar cidades para todas e todos através da Arquitetura e Urbanismo e da ação do setor público. 

A palestrante Izabele Colusso iniciou sua fala dando destaque para segurança pública e o perfil de quem transita pelas vias urbanas. Segundo estatísticas do Metrô SP (2017), 97% das mulheres já passaram por situações de assédio em seus trajetos, sendo elas o público que mais se desloca pela cidade. De acordo com a Agência IBGE, o público feminino soma 10h de trajeto a mais do que o masculino semanalmente, justamente por assumirem tarefas extras, antes mesmo de irem trabalhar.

Também foi refletido sobre quem pensa as cidades e o quanto o país isola alguns públicos por não planejar os espaços pensando nessas pessoas. No Brasil, a cada dois minutos uma mulher sofre agressão física, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), dado que, segundo a palestrante, exige o envolvimento das mulheres na governança urbana para que a realidade se transforme positivamente.

A conversa também abordou o quanto o transporte público está sendo substituído pelo individual no dia a dia das mulheres. A principal questão dessa troca é a falta de projetos dedicados a pensar o que esse público precisa. 

Por fim, Izabele explicou as diretrizes para que se consiga projetar espaços urbanos inclusivos para mulheres. Para isso, destaca-se a criação de quadras e fachadas que tenham uma maior visibilidade e que promovam a interação social. Por parte da iniciativa pública, caberia melhorias na iluminação das fachadas e dos caminhos, para reduzir potenciais esconderijos que causem riscos às demais.

O bate-papo, mediado por Thaíse Machado e Carline Carazzo, encerrou o dia e abriu espaço para a solução de dúvidas da plateia. Entre os assuntos abordados estiveram políticas públicas, segurança, urbanismo e circulação urbana.

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