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Necessidade, pesquisa e ambiente de testes são o embrião de qualquer invenção. Márcio Sequeira, arquiteto e urbanista natural de Belém (PA), é criador e desenvolvedor do Kit Estrutural Mola, que ajuda a estudar e ensinar o comportamento das estruturas arquitetônicas. O CAU/RS conversou com o arquiteto sobre o produto educativo e inovador e sua adesão em mais de 60 países.
Primeiros passos
Mola é uma empresa 100% brasileira, localizada em São Paulo (SP), fruto de pelo menos 10 anos de muito trabalho. Márcio Sequeira conta que foram dois anos de uma densa pesquisa científica para validação do modelo, que teve como resultado sua dissertação de mestrado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Depois, foram três anos para desenvolver o projeto do Kit Estrutural Mola 1 e outros dois para o Kit Estrutural Mola 2, incluindo permanentes testes de materiais e composição de peças.
“Existe uma deficiência no ensino de estruturas tanto no Brasil quanto em outros países. O ensino de estruturas praticado nas Escolas de Arquitetura e Engenharia prioriza quase que exclusivamente a teoria apresentada através de números”, conta o arquiteto. “É unanimidade entre estudantes, professores e profissionais da área a carência por métodos mais eficientes que auxiliem no entendimento e aprofundamento do assunto”, destaca.
Lego para arquitetos
Com a proposta de “montar praticamente tudo o que você possa imaginar”, o Mola1 foi lançado em 2014 com o apoio de 1.500 pessoas. Já são 4 mil exemplares do Kit espalhados pelo mundo. O Mola2, por sua vez, foi lançado no segundo semestre de 2016 com a mesma proposta e inúmeras melhorias sugeridas a partir da experiência do usuário. O Kit é composto por 144 peças, uma base metálica e um manual.
“O desafio era criar algo que pudesse demonstrar, de forma tátil e visual, o comportamento das estruturas arquitetônicas, conhecimento absolutamente necessário para todo arquiteto e engenheiro, especialmente na fase de concepção de projeto”, comenta. “O resultado é um modelo interativo que simula o comportamento de estruturas reais. Trata-se de uma maneira experimental de estudar e ensinar o comportamento das estruturas arquitetônicas”. Até quem não trabalha no ramo se arrisca a criar e brincar com o Mola.
Campanha na internet
Para que o Kit Estrutural Mola fosse possível, Márcio contou com uma abrangente e implacável aliada: a internet. Sites como o Catarse realizam as chamadas campanhas de financiamento coletivo. Os interessados na concretização do projeto pagam por uma cota e ganham como contrapartida, por exemplo, o próprio produto e mais uma série de benefícios descritos pelo proponente. Caso o valor mínimo do projeto não seja atingido, os financiadores – público colaborador – recebem o dinheiro de volta.
Mola foi um sucesso na primeira campanha, em 2014, e repetiu a dose na segunda, em 2016. “Existe uma demanda muito grande por um produto com essas características. Isso explica o volume de apoios recebidos durante as campanhas. Somando as duas e as pré-vendas de 2016 já temos pedidos em mais de 60 países. Sem dúvida, a internet tem um papel fundamental do processo de divulgação do projeto permitindo que tenhamos acesso a várias pessoas em diversos países”, comemora o arquiteto.
O Mola2 já entrou para a história: é a segunda maior campanha do Catarse, atingindo 200% da meta de arrecadação e superando o Mola1, que caiu para o terceiro lugar. Mora na filosofia que a necessidade é a mãe das invenções. E é mesmo.
Assista ao vídeo da última campanha:
3 respostas
Achei muito bom , e extremamente eficiente para a prática do ensino da arquitetura. Parabéns Márcio. No caso, como devemos proceder para a aquisição dos módulos (1 e 2).
Prezado Raglan, os interessados podem enviar um e-mail para info@molamodel.com, que a equipe Mola entrará em contato assim que a pré-venda estiver disponível. Mais informações em http://www.catarse.me/mola e http://www.facebook.com/molamodel. Essas informações foram enviadas pelo próprio Márcio Sequeira. Obrigada pelo contato!
buenas… excelente. me lembrei de ter lido sobre um pedido de financiamento via lei rouanet, que teria sido solicitado por um arquiteto para desenvolver um sistemas de maquete… que foi negado.
teria sido este?