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Compreender as transformações sociais e os avanços geracionais demanda interesse e participação ativa de cada indivíduo. A fim de contribuir com o entendimento sobre a realidade social das cidades e suas intersecções entre raça, etnia, gênero, arquitetura, urbanismo, e a relação da profissão no Brasil, a Comissão Temporária de Ações Afirmativas (CTAA) do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) indica algumas referências literárias. Fique a vontade para sugerir outros títulos nos comentários!
Política e arquitetura: Por um urbanismo do comum e ecofeminista (Josep Maria Montaner)
Explora a interseção entre política, arquitetura e o ambiente natural, propondo uma abordagem inovadora para o planejamento urbano. Argumenta que a cidade deve ser pensada como um espaço compartilhado, onde as necessidades e desejos da comunidade são priorizados, em contraposição ao modelo tradicional centrado no lucro e na segregação social, incluindo o feminismo como elemento principal. |
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Cidade feminista: A luta pelo espaço em um mundo desenhado por homens (Leslie Kern)
Aborda a questão da desigualdade de gênero no contexto urbano, analisando como as cidades são projetadas e experimentadas de maneira desigual por homens e mulheres. A autora propõe uma abordagem feminista para o planejamento urbano, visando criar ambientes mais inclusivos e seguros para todas as pessoas. O livro destaca a importância de considerar as experiências das mulheres ao projetar e organizar espaços urbanos, promovendo assim cidades mais justas e equitativas. |
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O Ponto Zero da Revolução: Trabalho Doméstico, Reprodução e Luta Feminista (Silvia Federici)
Destaca como o trabalho não remunerado das mulheres, incluindo a reprodução e cuidado, é essencial para a reprodução da força de trabalho e, consequentemente, para o funcionamento do capitalismo. A autora propõe uma visão radical que busca desafiar e transformar as estruturas patriarcais e capitalistas que perpetuam essa exploração. Ao centrar sua análise na luta feminista, o livro oferece uma perspectiva crítica e incisiva sobre a necessidade de reconhecer e valorizar o trabalho doméstico como parte fundamental da luta por justiça social e econômica. |
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Calibã e a Bruxa: Mulheres, Corpos e Acumulação Primitiva (Silvia Federici)
Oferece uma análise profunda e provocadora sobre a relação entre o capitalismo, a exploração das mulheres e a perseguição às bruxas na Europa durante a Idade Moderna. Federici argumenta que o controle sobre o corpo das mulheres e a demonização das práticas femininas tradicionais desempenharam um papel crucial na formação do capitalismo. Ela destaca como a caça às bruxas foi uma estratégia para consolidar o poder do Estado e da Igreja, suprimindo a resistência das mulheres e estabelecendo uma nova ordem social baseada na exploração e acumulação de riqueza. |
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Interseccionalidade – Feminismos Plurais (Carla Akotirene)
A autora traz nessa obra o conceito de interseccionalidade de uma forma didática e acessível, a fim de abarcar as intersecções sociais em especial a mulher negra brasileira. O termo define, a partir do feminismo negro, questões frente às opressões da nossa sociedade, desmontando a noção do feminismo hegemônico. |
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Racismo Estrutural – Feminismos Plurais (Silvio Almeida)
O racismo estrutural está à frente dos processos de silenciamento da população negra, dos padrões segregacionistas e discriminatórios nas práticas urbanas. A marginalização racial opera como um funcionamento “normal” da vida cotidiana. E é a partir desse conceito que Silvio Almeida apresenta discussões sobre como o racismo está na estrutura social, política e econômica da sociedade brasileira. |
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Pertencimento (Bell Hooks)
Para os grupos minorizados é fundamental que haja lugares de pertencimento, sejam espaços físicos, eventos ou representação. Nesta obra, a autora desenvolve ensaios sobre a memória dos momentos da sua própria infância reconectando-os com a terra e com os valores ancestrais, e a partir disso, articula com questões ambientais e de justiça social na contemporaneidade. |
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Interseccionalidade (Patricia Hill Collins)
A interseccionalidade se tornou um termo fundamental nos assuntos acadêmicos, sobretudo aqueles que estão relacionados aos estudos feministas e militantes. O conceito é uma ferramenta indispensável para pensar as intersecções entre gênero, classe, raça, sexualidade, idade e etnia. Nesta obra as autoras analisam o surgimento, os envolvimentos e as limitações que o termo pode abarcar, passando por temas relacionados aos direitos humanos, políticas de identidade, feminismo e etc. |
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Os excluídos da história: Operários, mulheres e prisioneiros (Michelle Perrot)
As narrativas muitas vezes negligenciadas e marginalizadas na historiografia tradicional. A autora examina a experiência dos trabalhadores, das mulheres e dos prisioneiros ao longo do tempo, oferecendo uma perspectiva única sobre suas lutas, resistências e contribuições para a sociedade. Desafia a visão convencional da história ao resgatar essas vozes silenciadas e ao demonstrar como esses grupos desempenharam papéis fundamentais na construção e transformação das estruturas sociais e econômicas. O livro lança luz sobre a importância de incluir essas histórias na narrativa global, ampliando assim nossa compreensão do passado e enriquecendo a compreensão do presente. |
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Quarto de despejo (Carolina Maria de Jesus)
Ana Carolina de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil, além de ser considerada uma importante referência na literatura nacional. Esta obra é o diário da autora, que reúne diversas experiências do cotidiano de uma mulher negra, que sobreviveu como catadora de papel para manter seus filhos, vivendo nas margens da cidade de São Paulo, na década de 1950. Além disso, aborda fortemente as questões de desigualdade social e racial no Brasil, passando por questões de classe, gênero e raça. |
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O pacto da branquitude (Cida Bento)
A autora em suas pesquisas de mestrado e doutorado identificou um padrão de funcionamento de pessoas brancas, o que ela vai chamar de “o pacto da branquitude”. Nesta obra ela reúne sua experiência como uma mulher negra brasileira, e apresenta evidências desses padrões, na tentativa de deslocar o nosso olhar para aqueles que se mantém no centro da sociedade. |
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Memórias da plantação: Episódios de racismo cotidiano (Grada Kilomba)
É resultado da pesquisa de doutorado de Grada Kilomba, apresentando uma postura política e biográfica da experiência de uma mulher negra em contexto acadêmico. O livro destaca a normalidade do racismo, expondo-o a partir de episódios de violência, e o trauma que se coloca sobre a pessoa negra. É uma obra que atravessa teorias pós-coloniais, branquitude, psicanálise e gênero. |
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Sobre o autoritarismo brasileiro (Lilia Moritz Schwarcz)
Os brasileiros gostam de se crer diversos do que são. Tolerantes, abertos, pacíficos e acolhedores são alguns dos adjetivos que habitam frequentemente a mitologia nacional. Neste livro, a autora reconstitui a construção dessa narrativa oficial que acabou por obscurecer uma realidade bem menos suave, marcada pela herança perversa da escravidão e pelas lógicas de dominação do sistema colonial. Ao investigar esses subterrâneos da história do país ― e suas permanências no presente ― a autora deixa expostas as raízes do autoritarismo no Brasil, e ajuda a entender por que fomos e continuamos a ser uma nação muito mais excludente que inclusiva, com um longo caminho pela frente na elaboração de uma agenda justa e igualitária. |
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Flâneuse: Mulheres que caminham pela cidade em Paris, Nova York, Tóquio, Veneza e Londres (Lauren Elkin)
Explora a experiência das mulheres na prática do “flâneur”, tradicionalmente associada aos homens. Elkin destaca como as mulheres têm reivindicado seu espaço nas cidades, utilizando o ato de caminhar como uma forma de emancipação e busca de liberdade. Ao traçar os passos de flâneuses em cidades icônicas como Paris, Nova York, Tóquio, Veneza e Londres, oferece uma visão enriquecedora e perspicaz sobre a interação das mulheres com o ambiente urbano e como essa prática desafia e reconfigura as dinâmicas de gênero no espaço público. |
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Mujeres, casas y ciudades: Más allá del umbral (Zaida Muxí Martínez)
Oferece uma profunda reflexão sobre a interseção entre mulheres, espaço doméstico e urbanidade. As autoras exploram como o ambiente construído influencia e é influenciado pelas experiências das mulheres, desafiando as normas tradicionais de gênero que permeiam a vida cotidiana. O livro destaca a importância de considerar as perspectivas femininas no planejamento urbano e na organização das habitações, visando criar cidades mais inclusivas e habitáveis para todas as pessoas. Ao deslocar o foco para além do limiar da casa, a obra oferece uma valiosa contribuição para a compreensão das complexas relações entre gênero, espaço e sociedade. |