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Santa Cruz do Sul é conhecida como a terra da cuca e do chope, mas a cidade também guarda muita história, cultura e patrimônio. A segunda edição do Rumos da Arquitetura e Urbanismo, promovido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS), desembarcou nas regiões Centro e Fronteira com uma série de palestras, oficinas e encontros profissionais.
Dias 24 e 25 de abril, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) foi o ponto de encontro para estudantes e profissionais de Arquitetura e Urbanismo refletirem sobre os desafios e rumos da profissão.
O arquiteto e urbanista, Andreoni Prudencio, do Studio Prudencio, foi o convidado para a palestra de abertura. Ele resgatou sua trajetória profissional e abordou a importância da realização de concursos de projeto como forma de garantir a excelência das propostas. “Os concursos te permitem diferentes escalas. Além da variedade de programas utilizados, é um exercício constante de projeto”, comentou.
Sócio-fundador de um dos escritórios pioneiros no país a utilizar a plataforma BIM como ferramenta de trabalho, Prudencio compartilhou projetos e construções recentes da equipe que atua com ele e o sócio, Miguel Esnaola. No bate-papo com o público presente ele foi enfático: o profissional de Arquitetura e Urbanismo tem que estar em constante movimento. “Não pode ficar estagnado, tem que saber ouvir quem está à sua volta, ter a capacidade de ler diferentes desejos e inquietações, e então transformar isso em algo que dê certo.”
Oficinas
O segundo dia de atividades do Rumos em Santa Cruz, assim como em Rio Grande e Bagé, foi dedicado às oficinas. No turno da manhã, ocorreram as de Software Livre para Arquitetura e de Ética, Contratos e Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), chamada “Fuja das Armadilhas da Profissão”. Nesse tema, a vice-presidente do CAU/RS, Andréa Ilha e o conselheiro Fábio Müller, coordenador da Comissão de Ética e Disciplina (CED), apresentaram os riscos de desconhecer a ética profissional, bem como exercer Arquitetura e Urbanismo sem o respaldo de documentos fundamentais como a redação do contrato e o RRT.
A tarde foi movimentada com as oficinas de Estruturas para Arquitetos, ministrada pelo arquiteto e urbanista e mestre em estruturas Estevan Barin, e de Introdução à perícia judicial e extrajudicial na área da Arquitetura, com a arquiteta e urbanista Rafaela Ritter dos Santos. Perita Judicial no Tribunal de Justiça do Estado há 22 anos, Rafaela elencou uma série de normas e documentos que garantem não apenas a proteção legal de construtoras e incorporadoras, mas também a segurança da sociedade. Entre os exemplos, foram listados os laudos de vistoria de obra, de vistoria programada, de confrontantes de obra e de inspeção predial. Para este último, ela apontou uma demanda crescente em grandes centros urbanos, visto que os prédios nessas cidades estão envelhecendo. “Aqui no Brasil temos uma cultura diferente no momento que compramos um carro do momento em que compramos um imóvel. Adquirimos o carro sabendo que será necessário revisar quanto atingir certa quilometragem, enquanto pensamos que o imóvel durará pra sempre sem manutenções. Nós, arquitetos, temos que disseminar a importância deste trabalho, mostrar que investir na manutenção preventiva evitará grandes despesas com a corretiva.”
Galeria de imagens
Fotos: Studio Feijão & Lentilha