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Vila Flores – Preservação e uso contemporâneo do patrimônio histórico e cultural

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O Dia Nacional do Patrimônio Histórico é comemorado anualmente em 17 de agosto. A data foi escolhida em função do nascimento do advogado, jornalista e escritor Rodrigo Melo Franco de Andrade, primeiro presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), criado no governo do presidente Getúlio Vargas, em 1937. Até pouco antes de sua morte, Rodrigo Melo Franco de Andrade ainda prestava depoimentos à imprensa e comparecia a eventos ligados à sua experiência no Instituto.

O Iphan atua há quase 80 anos na fiscalização, identificação, restauração e revitalização dos bens culturais do país. Atualmente, são tombados mais de 40 mil imóveis, 92 centros urbanos, 17.263 mil sítios arqueológicos e mais de um milhão de objetos protegidos, incluindo acervo museológico, volumes bibliográficos, documentação arquivística, registros fotográficos e audiovisuais. Já o Patrimônio Imaterial Brasileiro conta hoje com 18 bens registrados e mais de 50 inventariados.

O Museu Nacional de Belas Artes, o Museu Imperial, o Museu Histórico Nacional, o Museu da República, o Museu da Inconfidência, o Paço Imperial, a Cinemateca Brasileira e o Sítio Roberto Burle Marx são algumas das principais instituições sob a responsabilidade do Iphan.

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul aproveita a data para saudar o trabalho de extrema relevância para a preservação do patrimônio histórico e cultural brasileiro desenvolvido pelo Instituto. Além disso, destaca iniciativas que fazem da arquitetura uma ferramenta para a ressignificação do patrimônio histórico com o espaço urbano. Um exemplo é o próprio Vila Flores, parceiro do CAU/RS na cobertura da Bienal de Arquitetura de Veneza.

Vila Flores

Situado na Rua São Carlos esquina com a Rua Hoffmann, no bairro Floresta, em Porto Alegre, o conjunto, construído entre os anos 1925 e 1928 pelo engenheiro-arquiteto José Franz Seraph Lutzenberger, é um complexo arquitetônico formado por três edificações e um pátio em um terreno de 1.415 m². As edificações estão listadas no Inventário do Patrimônio Cultural de Bens Imóveis do Bairro Floresta, classificadas como Imóveis de Estruturação e situadas em Área de Interesse Cultural de Porto Alegre.

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Atualmente, o espaço abriga diversas funções: local para a realização de atividades socioculturais (coordenadas pela Associação Cultural Vila Flores), espaço de trabalho de artistas e empreendedores criativos (os residentes) e ambiente de aprendizado. O projeto arquitetônico, elaborado pela Goma Oficina, ainda prevê, futuramente, apartamentos para moradia temporária, loja, cafeteria e memorial. Clique aqui e conheça em detalhes o projeto arquitetônico.

Associação Cultural Vila Flores

A Associação Cultural Vila Flores (ACVF) é uma associação sem fins lucrativos, fundada em 2013 e formalizada em 2014. É a entidade responsável pela programação cultural do espaço e pela articulação junto ao poder público, à iniciativa privada e à sociedade em prol dos interesses da comunidade artística e criativa do Vila Flores, buscando promover a integração com a comunidade do entorno.

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A ACVF possui quatro eixos norteadores:

  • Arte e Cultura – Artes Visuais, Artes Cênicas, Audiovisual, Música, entre outros.
  • Educação – cursos, oficinas, seminários e encontros para troca de conhecimentos e experiências.
  • Empreendedorismo – incentivo aos produtores locais e iniciativas que fazem a conexão entre negócios criativos, sociais e colaborativos.
  • Arquitetura e Urbanismo – fomento ao debate sobre questões urbanas e promoção de atividades para a concretização de projetos cujo objetivo é a melhoria da vida na cidade.

CAU/RS no Vila Flores

Em visita ao Vila Flores na terça-feira (16), a Comissão Temporária de Comunicação (composta pelos conselheiros Alberto Fedosow Cabral, Marcelo Petrucci Maia, Rui Mineiro e Silvia Barakat e pela Coordenadora de Comunicação Marcele Danni Acosta), a secretária Claudivana Bittencourt e integrantes das Unidades de Comunicação e Eventos do CAU/RS (Gabriela Belnhak e Mônica Marques) puderam conhecer o espaço e conversar com alguns residentes e gestores locais.

João Wallig, da Administração, João Felipe Wallig e Pablo Urquiza Chaves, da Arquitetura, e Antonia Wallig, do Cultural – três setores de atuação da equipe gestora do Vila Flores – contaram a história das edificações e como a herança de família modificou a relação das pessoas com o espaço, o bairro e a cidade a partir do incentivo ao uso coletivo e integrado dos ambientes.

“A arquitetura, que iniciou o processo de restauro e requalificação do conjunto como protagonista, passou a ser uma ferramenta de suporte na adequação ao uso contemporâneo”, destacou João Felipe Wallig. João Wallig, por sua vez, ressaltou que a relação do Vila Flores com a cidade é muito mais interessante quando observada pelo viés da ressignificação do espaço. “Os prédios não são tombados, eles estão listados, portanto há uma maior liberdade de experimentação para a adequação de uso ”, comentou.

O Vila Flores contém pelo menos 22 residentes, mais espaços comuns que incluem pátio, galpão e horta. São empreendimentos dos mais variados tipos: ateliê de arte, estúdio musical, escritório de arquitetura, espaço coworking, espaço educativo, loja, café, entre outros.

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O ambiente suscita a discussão de como a sociedade civil e o setor privado podem lidar com patrimônios históricos e culturais através de processos participativos e inclusivos. Este é um dos motivos pelos quais o Vila Flores foi selecionado para participar da mostra “Juntos” do Pavilhão Brasileiro na 15ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza. A curadoria dos 15 projetos expostos é do arquiteto e urbanista Washington Fajardo.

Como avalia João Felipe, o Vila Flores é parte do patrimônio histórico de Porto Alegre e tem por objetivo fazer com que a sociedade e, principalmente, a comunidade local se aproprie do espaço e passe a ocupar e vivenciar cada vez mais o bairro.

A arquitetura deixou de ser protagonista para se transformar em uma poderosa ferramenta, que permite o entrelaçamento entre público e privado a partir de espaços compartilhados e também de uso particular, incentivando a economia criativa e o trabalho colaborativo.

Galeria

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Uma resposta

  1. Boa tarde!
    Sem dúvida que para mim era um local desconhecido e que será visitado numa próxima oportunidade. Na minha cidade, Cachoeira do Sul, José Franz Seraph Lutzenberger é o autor do projeto arquitetônico da Igreja Santo Antônio em estilo barroco bávaro.

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