Escola de Samba Acadêmicos da Orgia entrega solicitação de apoio ao CAU/RS para tombamento da Esquina do Samba

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) recebeu, nesta quarta-feira (16/08), a presidenta e o vice-presidente da Escola de Samba Acadêmicos da Orgia, Jussara Pinheiro Santos e Darci Soares Gonçalves. Eles entregaram uma solicitação de apoio ao tombamento e registro da “Esquina do Samba”, localizada na Avenida Ipiranga, em Porto Alegre. O ato foi realizado durante a reunião da Comissão Especial de Patrimônio Cultural (CPC), presidida pela coordenadora, conselheira Márcia Elizabeth Martins.

Também acompanharam o encontro a presidenta, a diretora executiva e o diretor financeiro do Instituto Oliveira Silveira (IOS), Naiara Rodrigues Silveira Lacerda, Sátira Machado e Evandoir dos Santos, respectivamente. Em nome do CAU, participaram, ainda, os conselheiros José Daniel Craidy Simões (CPC) e Carlos Eduardo Iponema Costa (CPC e CTAA), e o Assessor de Relações Institucionais e Governamentais do CAU/RS, Fausto Leiria.

O documento entregue busca o apoio do Conselho para consolidar um dos antigos sonhos das duas entidades: transformar a quadra da Escola de Samba Acadêmicos da Orgia (Av. Ipiranga, n° 2741), conhecida como “Esquina do Samba”, numa quadra modelo, e criar o maior Museu Vivo do Carnaval e do Samba da região Sul. A parceria consistiria na elaboração e realização de um Concurso Público de Projetos de Arquitetura para a implementação de um equipamento cultural que possa abrigar a Escola e o Museu, além de aproximar o projeto de entidades da Arquitetura e Urbanismo.

A Sociedade Recreativa e Beneficente Acadêmicos da Orgia foi fundada em 2 de fevereiro de 1960, passando a funcionar oficialmente em sua sede atual desde o início da década de 1970. A reforma da quadra e a criação do museu têm como objetivo salvaguardar vívidas a tradição das culturas negras do entorno do Arroio Dilúvio até as margens do Guaíba.

A Lei Federal 14.567, de maio de 2023, que dispõe sobre o “reconhecimento das escolas de samba como manifestação da cultura nacional” estabelece a competência ao “poder público em garantir a livre atividade das escolas de samba e a realização de seus desfiles carnavalescos”. Reforça, ainda, o interesse das entidades em promover iniciativas como a pautada. Manifestações como o Carnaval e o samba têm o potencial de gerar oportunidades, investimentos e empreendedorismos capazes de valorizar o quarto pilar do desenvolvimento sustentável de um país: a cultura, para além das dimensões ambiental, econômica e social, previstas no cumprimento da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Para a CTAA, é um tema de relevância, pois trata de representatividade e de territorialidade da cultura negra em Porto Alegre. As escolas de samba são uma expressão cultural popular, e a arquitetura se relaciona através do reconhecimento do Patrimônio material e imaterial. O objetivo é a preservação da cultura negra, do samba e da sua história, além de reconhecer o local como um ponto cultural”, destacou o conselheiro Carlos Eduardo Iponema.