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Nota de pesar: demolição do prédio da Cesa em Caxias do Sul

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As estruturas do complexo da antiga Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa), às margens da RSC-453, em Caxias do Sul, não sobreviveram ao processo de análise sobre seu possível valor histórico. A edificação virou escombros no final de março. A área foi comprada por uma empresa de lojas de departamento para instalação de nova filial em parceria com outra rede que já atua no estado.

A Comissão de Exercício Profissional do CAU/RS elaborou uma nota de pesar que destaca a relevância do projeto arquitetônico, do profissional que a desenvolveu e da obra para a cidade. Confira a seguir. Se preferir, leia mais sobre o caso na matéria publicada em nosso site.

Nota de pesar

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU/RS), sabedor da relevância e magnitude da obra do engenheiro-arquiteto Eládio Dieste em toda a América do Sul, lamenta a demolição do único exemplar arquitetônico deste arquiteto em Caxias do Sul.

A triste notícia de que os pavilhões haviam sido demolidos sem passar pela avaliação do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc) nos faz entender que a memória de uma cidade e o valor de um edifício não podem ser medidos pelo tempo de existência.

Projetado em 1973, não precisou ser avaliado, mesmo sendo o único exemplar da cidade que utilizava a técnica de cerâmica armada projetada por Eládio Dieste. A esbeltez da estrutura e a plasticidade das abóbadas valiam mais que o pedaço de terra onde estava localizado.

Acreditamos que o patrimônio não pode ser tratado como inibidor do progresso, vide exemplos em todo mundo e agora até na própria Caxias do Sul, como o “centro gastronômico” Fabricca, que trouxe um novo uso para um exemplar antigo com excelentes repercussões.

Neste momento, o CAU/RS se solidariza com todos os caxienses que perderam a oportunidade de ter mais um espaço de valor na sua cidade, valor este que não pode ser medido somente através das cifras, mas que deve ser medido também na satisfação e oportunidade de uma vida mais rica de experiências e fruição.

2 respostas

  1. Restauro, sim, o prédio estava lá há quanto tempo, às moscas, e daí,
    quem iria restaurar; Munícípio, Estado, União? E em caso positivo qual seria o destino?
    Cidade do tamanho e progressista como Caxias do Sul, merece projetos inovadores, com os da Havan, com
    novos conceitos arquitetônicos que bem combinam com os dias atuais.

  2. Data vênia, Gilberto! Por esta lógica qualquer dia vão demolir o Mercado Público de Porto Alegre e instalar uma loja com uma Estátua da Liberdade de frente para o Guaíba. Acredito que uma solução seria conceder ao investidor a licença para construir seu projeto no local com a contrapartida do restauro e da preservação.

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