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De autoria da arquiteta e urbanista Maríndia Izabel Girardello, “A Construção de Erechim” será lançado na Feira do Livro de Porto Alegre.
A arquiteta e urbanista Maríndia Izabel Girardello lança no próximo dia 06, às 16h, o livro “A Construção de Erechim” (Editora Metamorfose). O lançamento ocorre durante a 67ª Feira do Livro de Porto Alegre, que acontece entre os dias 29 de outubro e 15 de novembro. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) conversou com a autora, que já atuou como Gerente Técnica do Conselho, sobre o lançamento e o processo de pesquisa e elaboração do livro.
Primeiros passos
Maríndia cursou Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Embora tenha residido quando criança em Erechim (nasceu em Getúlio Vargas), veio para Porto Alegre aos oito anos. Após a formatura, regressou a Erechim, onde se estabeleceu por 27 anos, de 1976 a 2003. Na cidade, foi trabalhar com o pai, Firmino Girardello, primeiro engenheiro civil de Erechim, que, na época, tinha uma construtora.
Foi nesse momento que ela percebeu que a arquitetura da cidade era diferente do que se estudava na faculdade. Eram vários os prédios muito decorados, com balaústres e apliques nas fachadas, e os casarões de madeira, construídos por imigrantes. “Eu gostava muito de história e naquele tempo a gente estudava a ‘grande arquitetura’. Não estudávamos tanto o que hoje chamamos de ‘arquitetura eclética’. Isso era considerado uma coisa menor”, conta a arquiteta.
Foi assim que Maríndia decidiu iniciar sua pesquisa primária. “Eu me questionava: ‘Quem construiu? Quem mora? De onde veio? Onde é que aprendeu?’. Assim, comecei a bater de porta em porta e a conversar com as pessoas e os proprietários, principalmente. A maioria eram pessoas já idosas, que me contavam um pouco a história da família, do lugar, e indicavam o nome do construtor”, relembra.
Nas páginas dos jornais
De 1989 a 1991, as descobertas da arquiteta foram sendo contadas nas páginas do jornal A Voz da Serra, que circulava em Erechim. Ainda na década de 1990, os resultados da pesquisa foram publicados em outro jornal, o Diário da Manhã.
“Meus filhos nasceram em Erechim e eu ainda mantenho uma relação próxima com a cidade. Por curiosidade, recentemente fui ao Arquivo Histórico Municipal e perguntei se havia alguma coisa sobre arquitetura e a resposta foi ‘não’. Então eu percebi que todo o material que eu produzi estava perdido em folhas de jornal”, comenta Maríndia, que há dois anos fez o Curso Livre de Formação de Escritores, da editora Metamorfose, e decidiu recuperar e, na medida do possível, atualizar a pesquisa feita há quase 30 anos.
O livro e suas descobertas
Foi assim, com um empurrão da editora e também por encontrar realização na escrita, que “A Construção de Erechim” foi finalizado. “O livro é um resgate. Eu atualizei principalmente as referências bibliográficas, pois acabei indo atrás também do que estava acontecendo na Europa e no Brasil na mesma época das construções pesquisadas”, celebra a arquiteta que, para finalizar o livro, contou com o apoio da internet.
O obra literária traz algumas curiosidades, entre elas:
- Positivismo na arquitetura – O positivismo estava no sistema de governo do Rio Grande do Sul e do Brasil e não só motivou a Proclamação da República como também interferiu no planejamento urbano e na arquitetura de Erechim.
- José Pohl – O construtor austríaco trabalhou na cidade na década de 1940 e trouxe o Art Déco para Erechim.
- Clube do Comércio de Erechim – É o primeiro prédio de Arquitetura Moderna do estado, projeto do arquiteto carioca Carlos Mendonça, que morava em Porto Alegre.
“O livro não foca em imagens. O foco é o texto. É um material para ser consultado. Além disso, não é direcionado para arquitetos e urbanistas, necessariamente. Foi feito para as pessoas gostarem, visando que os proprietários possam dar valor e queiram zelar pelo seu patrimônio, estimulando a preservação através do conhecimento”, finaliza Maríndia.
Lançamento do livro “A Construção de Erechim”
- Dia: 06/11 – sábado
- Horário: 16h
- Local: Feira do Livro de Porto Alegre