Ensino

Grupo Executivo e especialistas em pareceres técnicos debatem qualidade do ensino

Grupo Executivo da Qualidade do Ensino do CAU/RS promoveu encontro com Maria Elisa Baptista, Rachel de Almeida, Ivan Mizoguchi e Wilson Ribeiro dos Santos Junior.
Presidenta do CAU/RS (ao centro), integrantes do Grupo Executivo e convidados.

Como preparar um estudante de Arquitetura e Urbanismo para o mundo, considerando os diversos conflitos atuais, como os sociais, climáticos e políticos? É o que procura responder o Grupo Executivo da Qualidade do Ensino, criado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) em 2023.

Na última quinta-feira (15), o grupo esteve reunido na sede do CAU/RS, em Porto Alegre, na presença de convidados especiais: Maria Elisa Baptista, Rachel de Almeida, Ivan Mizoguchi e Wilson Ribeiro dos Santos Junior, arquitetos e urbanistas especialistas no desenvolvimento de pareceres sobre o marco teórico da qualidade do Ensino.

“O grupo executivo foi criado para pensar em proposições e ações que promovam a qualidade do ensino, com base em pesquisas e também na realidade dos cursos de graduação. A participação dos especialistas na reunião de hoje é fundamental, além de reforçar a importância de trabalharmos com a qualidade do ensino e analisarmos de que forma o CAU/RS pode contribuir com isso“, afirma a presidenta do Conselho, Andréa Hamilton Ilha.

“Estamos buscando definir indicadores de qualidade capazes de diagnosticar como anda o ensino de Arquitetura e Urbanismo nos cursos do Rio Grande do Sul. A reunião de hoje foi muito importante para o trabalho que o grupo está desenvolvendo”, explica o coordenador da Comissão de Ensino e Formação (CEF-CAU/RS) e do Grupo de Trabalho, Paulo Ricardo Bregatto.

Integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) e ex-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Maria Elisa Baptista é autora de um dos pareceres técnicos sobre o Ensino a Distância no ensino de graduação em Arquitetura e Urbanismo. Ela explica que a proposta de um projeto de aferição da qualidade do ensino não busca criar um ranking ou mesmo estimular a competição mas, sim, trazer critérios que debatam a formação em Arquitetura e Urbanismo e de que forma essa pode ser aprimorada.

“A troca que estamos realizando aqui, hoje, é para conseguirmos afinar o que já foi feito até agora e resultar num diálogo ampliado com cursos e coordenações. Definir o que é a qualidade do ensino é justamente um dos desafios, pois isso tem que partir da compreensão da nossa realidade social, econômica e ambiental. O maior desafio, no entanto, é enfrentar a mercantilização do ensino e a desvalorização profissional, uma realidade que tem prescindido a importância do arquiteto e urbanista, fora todas as crises que vivemos atualmente, sejam políticas, climáticas, sociais ou éticas. Como preparar um jovem para isso?”, questionou Maria Elisa.

Protagonismo

“Há décadas trabalhamos no sentido de buscar melhorias na formação de arquitetos e urbanistas, dada a responsabilidade que esses profissionais têm perante a sociedade, como trabalhar por melhores condições de vida, de moradia e também para viver e conviver em uma cidade justa e bela. Agora, vamos definir quais serão os próximos passos, pois certamente o que for feito aqui poderá ser multiplicado pelo CAU Brasil e em outros estados, visto que é um aprendizado individual e coletivo”, garantiu o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC Campinas (SP), Wilson Ribeiro dos Santos Junior.

Em defesa da sociedade, o CAU/RS tem assumido protagonismo na defesa da qualidade do ensino e formação no Rio Grande do Sul. De acordo com Bregatto, o Conselho tem agido para conter os avanços da mercantilização “que muito tem precarizado a qualidade do ensino e formação de novos profissionais”. Esse trabalho é guiado por quatro objetivos principais, subdivididos em 18 etapas. São eles:

  • Compreender o cenário atual do ensino de Arquitetura e Urbanismo no Rio Grande do Sul, sua complexidade e seus novos desafios, considerando as novas demandas do mercado;
  • Definir conceitualmente o que é “qualidade” do ensino e formação de Arquitetura e Urbanismo, sob a ótica do CAU/RS, compreendendo que muitos dos problemas que exigem rigorosa ação fiscalizadora do Conselho podem estar localizados na falta de qualidade da formação;
  • Construir, com a participação das entidades, IES, professores e estudantes, um conjunto de indicadores de desempenho dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, oferecendo um diagnóstico da qualidade da formação no Rio Grande do Sul;
  • Oferecer um suporte técnico e conceitual para os gestores e professores para defesa de construção de cursos com qualidade.

Sobre o Grupo

Atualmente, o grupo está na etapa de análise de artigos confeccionados especialmente para o CAU/RS, por pareceristas contratados para essa finalidade. O próximo encontro está agendado para o dia 15 de março, quando será realizada uma nova rodada de apresentações e debates.

O Grupo Executivo da Qualidade do Ensino foi criado com o objetivo de analisar e buscar soluções que contribuam para aferir a qualidade do ensino ofertado pelos cursos de Arquitetura e Urbanismo no Rio Grande do Sul. O Grupo é composto pelo coordenador da Comissão de Ensino e Formação (CEF-CAU/RS), Paulo Ricardo Bregatto; pelos conselheiros federais Fábio Müller, que representa as Instituições de Ensino Superior, e Carlos Eduardo Pedone, eleito pelo Rio Grande do Sul junto para atuar junto ao CAU Brasil; e pela ex-conselheira do CAU/RS, Márcia Martins.

 

CONHEÇA OUTRAS AÇÕES DO CAU/RS EM DEFESA DA QUALIDADE DO ENSINO

 

Uma resposta

  1. Parabéns ao CAU/RS, se preocupando com questões que realmente interessam.
    É notória a decadência do ensino acadêmico na formação de arquitetos. Estão se transformando em decoradores, nada contra esse seguimento profissional.
    Falo com a experiência de quem tem trabalhado com estagiários em final de curso de graduação. É desanimador e triste constatar a pobreza de conteúdo desses futuros colegas de profissão.
    Existem exceções, obviamente. Mas por mérito próprio e não pela filosofia “humanista” que desde muito impregna o meio acadêmico na área de humanas, notadamente as aplicadas.
    Arqa Celina Mariano – CAU A-4068-1 – Distrito Federal

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