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Moradia e habitação encerram ciclo de plenárias temáticas

Encontro em Caxias do Sul foi a etapa final do Rumos da Arquitetura e Urbanismo.

Após percorrer 12 cidades do interior do Estado e uma edição realizada em Porto Alegre, o Rumos da Arquitetura e Urbanismo finalizou seu ciclo em 2023. A última rodada incluiu as regiões da Serra e do Vale do Taquari, nas cidades de Lajeado, Bento Gonçalves e Caxias do Sul. 

Assim como em Pelotas, Santa Maria e Passo Fundo, onde o CAU/RS possui escritórios Regionais, Caxias do Sul – cujo escritório foi inaugurado em outubro de 2021 – recebeu uma plenária temática. Desta vez, o debate girou em torno da moradia e habitação. Além do presidente do Conselho, Tiago Holzmann da Silva, e dos conselheiros da atual gestão, estiveram presentes o promotor de Justiça Adrio Rafael Paula Gelatti; o secretário de Habitação, Wagner Petrini; o diretor-geral da Secretaria Volmir João Moschen e o vereador Felipe Gremelmaier, representando a Câmara Municipal. Entidades representantes da Arquitetura e Urbanismo também marcaram presença, como o IAB RS – Núcleo Caxias, o Coletivo Meio, a Associação dos Engenheiros, Arquitetos, Agrônomos, Químicos e Geólogos de Caxias do Sul (SEAAQ) e a Associação Farroupilhense de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Farroupilha (Afea).

Ao saudar os presentes, o secretário Wagner Petrini realizou uma breve apresentação sobre metas de habitação e moradia para Caxias do Sul, entre as quais implementar a ATHIS no município. Para transformar essa realidade, ele prevê a aquisição de lotes em diferentes regiões da cidade, somada à implantação do loteamento popular e à viabilização de novos empreendimentos populares. “A exemplo do Minha Casa, Minha vida”, disse. 

O promotor Adrio Gelatti, em sua apresentação, falou sobre a necessidade de qualificar os espaços urbanos, otimizando territórios já existentes. “Sou um entusiasta da Jane Jacobs”, afirmou, referindo-se à ativista norte-americana, autora de “Morte e vida das grandes cidades” (1961). Ele elogiou o desenvolvimento socioeconômico de Caxias do Sul, mas reconheceu que a cidade tem cerca de 600 núcleos irregulares de habitação e, por isso, vê a regularização fundiária como importantíssima, tendo duas colunas de sustentação: a segurança e a implantação da infraestrutura urbana essencial, “alcançando a cidadania e a dignidade”. Parabenizou o CAU/RS pelo programa Nenhuma Casa sem Banheiro como uma iniciativa que desperta o olhar para as necessidades da população e também do poder público, como forma de “gerar novas atitudes”. 

Médico da casa

Em seguida, Tiago Holzmann da Silva realizou a apresentação sobre a casa doente, para a qual profissionais de Arquitetura e Urbanismo têm o remédio. “Uma casa mal ventilada, mal iluminada, sem água e esgoto tratados, deixa uma família doente”, afirmou o presidente do CAU/RS. Recentemente, ele apresentou o Nenhuma Casa sem Banheiro em Brasília, no Ministério da Saúde. A perspectiva é de que mais estados adotem a iniciativa do CAU/RS como uma forma de implementar políticas públicas voltadas à melhorias habitacionais. 

O conselheiro federal eleito pelo CAU/RS, Ednezer Flores, destacou a importância da participação de todos. “À medida que mais forças se unem, mais conseguiremos, no Congresso Nacional, sensibilizar nossos gestores a respeito de um trabalho que é válido e que precisa de mais recursos.”

Antes do encerramento da Plenária Temática, foi aprovada a Carta de Caxias do Sul, que consolida, em um único documento, ações recentes do Conselho sobre Assistência Técnica e a Lei nº 11.888/2008 e será enviada aos municípios, ao Governo do Estado e demais instituições, tal como foi feito com as cartas de Santa Maria, Pelotas e Passo Fundo, nas edições anteriores do Rumos da Arquitetura e Urbanismo.

A vice-presidente do CAU/RS, Andréa Ilha, relembrou sua participação no 1º Seminário de Habitação Social, realizado há cerca de 15 anos. “Agora que estamos conseguindo demonstrar que há caminhos para que as coisas saiam da inércia, as pessoas não podem mais esperar. Fico feliz em estar aqui, hoje, aprovando este documento.” 

“Concluímos os eventos Rumos da Arquitetura e Urbanismo no Rio Grande do Sul, passando por 13 cidades, com dezenas de convidados e centenas de participantes em todas as regiões. Encerramos publicando quatro cartas temáticas que consolidam posições e indicam ações para o Conselho em questões fundamentais para a profissão e para a sociedade, como licitações e concursos, a defesa do patrimônio e dos planos diretores, e a promoção da assistência técnica para habitação”, declarou Tiago.

Confira galeria de fotos

Fotos: Isaías Carvalho/ALLMAKER

 

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