Políticas para a equidade de gênero e raça na profissão

Mulheres representam 63% dos arquitetos e urbanistas registrados no CAU em todo o Brasil. No Rio Grande do Sul, o número chega a 66%. No entanto, elas ainda são minoria em cargos de representação profissional, bem como em prêmios de Arquitetura e Urbanismo. A primeira mulher a ganhar o prêmio Pritzker, criado em 1979 e considerado o “nobel da arquitetura”, foi Zaha Hadid, em 2004. No Brasil, Rosa Grena Kliass, a dama do paisagismo brasileiro, recebeu o Colar de Ouro do IAB em 2019. Kliass foi a primeira mulher a receber a honraria, que desde 1967 homenageia arquitetos e urbanistas de todo o país. Em um recorte mais específico, mulheres são maioria também entre os estudantes (67%) e entre os jovens profissionais, com idade entre 20 e 25 anos (79%). Os dados indicam um futuro majoritariamente feminino na Arquitetura e Urbanismo.

Comissão de Equidade de Gênero

Em agosto de 2019, o CAU/RS, acompanhando o movimento nacional de criação de grupos formados por arquitetas e urbanistas e profissionais da área para debater o tema, criou a Comissão de Equidade de Gênero (CTEG). Atuaram na Comissão Roberta Edelweiss (Coordenadora), Marisa Potter, Paula Motta (coletivo Turba), Cláudia Fávaro (especialista em Gestão Estratégica do Território Urbano) e Bia Kern (ONG Mulher em Construção). O objetivo da Comissão foi definir políticas a serem adotadas pelo Conselho em busca de equidade entre homens e mulheres na profissão.

Cenários Possíveis para a Equidade de Gênero na Arquitetura e Urbanismo

A imersão projetual Cenários Possíveis para a Equidade de Gênero na Arquitetura e Urbanismo reuniu profissionais, representantes de coletivos e movimentos sociais para, em conjunto, dar o passo inicial na construção de políticas para a equidade de gênero na profissão. A ação foi mediada pela professora Karine de Mello Freire, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Design da Unisinos, em parceria com as pesquisadoras Liana Chiapinotto e Aline Bueno. O resultado do encontro serviu como base para o trabalho da CTEG.

Ciclo de Debates | Cidades Inclusivas para as Mulheres

O que faz uma cidade ser segura? Quais são as medidas necessárias para garantir que mulheres possam se deslocar no dia a dia, sem medo? O que pode ser celebrado como conquista e quais os principais desafios que ainda temos pela frente quando o assunto é gênero e política urbana? Essas foram algumas das perguntas que o Ciclo de Debates – Cidades Inclusivas para as Mulheres tentou responder.

A primeira mesa do evento, sob o tema Mulher na Política Urbana, reuniu Fernanda Melchionna, Deputada Federal; Leany Lemos, Secretária Estadual de Planejamento; Tânia Terezinha da Silva, Prefeita de Dois Irmãos; e Alessandra Quines Cruz, Defensora Pública. A segunda, Mulher na Cidade, apresentou o trabalho realizado por mulheres e para mulheres, com foco na vida nas cidades. Priscila Gama, arquiteta e urbanista do CAU/MG, apresentou o aplicativo Malalai; Amanda Kamanchek, da ONG Think Olga, compartilhou iniciativas criadas pela ONG em combate ao assédio; Lívia Alen, do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS | ONU Brasil), apresentou ações realizadas com foco no desenvolvimento e qualidade de vida em diferentes localidades mundiais; Nana Sanches, da Mirabal, trouxe estatísticas relacionadas à violência contra a mulher e o trabalho realizado pela Casa de Referência para abrigar mulheres e crianças em situação de vulnerabilidade social.

Diagnóstico de Gênero na Arquitetura e Urbanismo

Um importante projeto da Comissão Nacional de Equidade de Gênero (CTEG-CAU/BR) foi a realização do 1º Diagnóstico de Gênero na Arquitetura e Urbanismo, que contou com o apoio do CAU/RS em sua divulgação. Os dados foram divulgamos em agosto de 2020. Ao mesmo tempo em que as arquitetas e urbanistas são maioria em todos os estados brasileiros; os arquitetos brancos são maioria entre os profissionais que ganham mais de 13 salários mínimos; as arquitetas negras são as que mais sofrem assédio e representam o maior contingente de desempregados na profissão.

Selo de Combate ao Assédio

Uma das importantes ações da CTEG foi lançada no final de outubro de 2020 com a criação e divulgação do selo contra assédio em local de obra. Muito além do posicionamento, o selo também fornece um QRCode com informações sobre como proceder em casos de assédio. O adesivo será aplicado pela equipe do CAU Mais Perto durante a fiscalização de obras no Rio Grande do Sul.

CAU Vivo

O CAU Vivo foi um dos projetos iniciados pelo CAU/RS durante a pandemia. Em quatro das edições o tema contemplou aspectos de gênero relacionados à Arquitetura e Urbanismo e contou com a presença de integrantes da CTEG.

Edital de Apoio

O edital teve como objetivo incentivar a realização de ações de promoção da equidade de gênero na profissão. Em função da pandemia de Covid-19, acabou sendo suspenso.

Arquitetura e Urbanismo Anti-violência

A cartilha elaborada pela CTEG a partir de pesquisa realizada com mulheres de todo o país apresenta recomendações para a promoção de casas, bairros e cidades mais seguras e inclusivas por meio da adoção de estratégias de projeto, recursos e escolhas que estão ao alcance de profissionais de Arquitetura e Urbanismo, da Administração Pública e da população.

Grupo de Trabalho de Gênero

Motivado pela Carta pela Equidade e Diversidade divulgada pelo CAU Brasil em maio de 2021, o CAU/RS constituiu o GT de Gênero, que procurou recuperar e colocar em prática o Plano de Trabalho elaborado pela CTEG.

Participação no Fórum dos Conselhos e Ordens das Profissões Regulamentadas

Em 2022, o CAU/RS passou a fazer parte da vice-presidência de Equidade Racial e de Gênero do Fórum dos Conselhos e Ordens das Profissões Regulamentadas do Estado do Rio Grande do Sul, fortalecendo o trabalho desenvolvido desde a constituição da CTEG.

Roda de Conversa

A roda de conversa promoveu um debate sobre pluralidade nas esferas representativas da profissão, especialmente no CAU e no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). A atividade foi conduzida pelas conselheiras federais Cláudia Sales e Camila Leal, coordenadoras da Comissão Temporária de Raça, Equidade e Diversidade (CTRED) do CAU Brasil.

Seminário de Ações Afirmativas

Uma das primeiras ações realizadas em 2023 foi o Seminário de Ações Afirmativas, realizado nos dias 06 e 07 de março, no Teatro da AMRIGS em Porto Alegre. O evento trouxe temas como acessibilidade, gênero, diversidade, povos originários e inclusão com a presença de Paula Santoro, Flávia Licht, Lelei Teixeira e Igor de Vetyemy. Igor destacou: “Você não precisa ser gay para lugar para lugar contra a homofobia, negro para lutar contra o racismo, mulher para lutar contra o machismo, trans para lutar contra a transfobia. Você só precisa ser humano. Nós podemos e devemos falar sobre outros assuntos”.

Comissão Temporária de Ações Afirmativas

A Comissão contribuiu com eventos, pautando datas especiais e assuntos pertinentes à discussão junto ao Conselho. Buscou, ainda, aproximação com instituições de ensino e organizações de notória representatividade e associação com a história e memória da sociedade gaúcha e da Arquitetura e Urbanismo. Leia mais.

Ações de Comunicação

Dia da Mulher 2023

Dia da Mulher 2022

Dia da Mulher 2021

Dia da Mulher 2020

Divulgação de série de vídeos com entrevistas realizadas com arquitetas e urbanistas e profissionais convidadas para o Ciclo de Debates – Cidades Inclusivas para as Mulheres sob o tema “Somos muitas, estamos juntas”. Naquele ano, duas arquitetas irlandesas, Yvonne Farrell e Shelley McNamara, ganharam o Prêmio Pritzker e foram destaque na arte produzida para as redes sociais.

Dia da Mulher 2019

Reportagem especial sobre Briane Bicca, arquiteta e urbanista nascida em Porto Alegre que teve uma atuação profissional marcada pelo fortalecimento das políticas para a preservação do patrimônio cultural no Brasil.

Dia da Mulher 2018

Com a provocação “Onde estão as mulheres arquitetas e urbanistas?”, o CAU/RS trouxe exemplos de profissionais que atuam em diferentes áreas da profissão.